“Daqui de Portugal, um grande abraço, que transmito através do Presidente Jorge Carlos Fonseca ao povo irmão e ao Estado irmão também de Cabo Verde. Finalmente, a morna foi considerada património imaterial da humanidade”, afirma o chefe de Estado, num vídeo divulgado no portal da Presidência da República na Internet.
Numa mensagem de cerca de um minuto, Marcelo Rebelo de Sousa refere que esta “era uma luta” em que Portugal estava “ao lado dos irmãos cabo-verdianos”.
“É o reconhecimento de uma realidade cultural que a nós nos diz muito e há muito tempo. Não queria deixar de vos felicitar por esta decisão que é uma decisão justa, mesmo se tardia”, acrescenta.
A morna, género musical de Cabo Verde, foi hoje proclamada património imaterial cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
A decisão final de ratificação da classificação, que já tinha recebido o aval de uma comissão de peritos em novembro, foi adotada hoje, na 14.ª reunião anual do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO, em Bogotá, na Colômbia.
Considerada popularmente “música rainha” de Cabo Verde, como recorda “Nôs morna”, uma das mais conhecidas mornas, do poeta Manuel d’Novas, o dossiê da sua candidatura a património imaterial cultural da UNESCO, com mais de mil páginas e cerca de 300 entrevistas, foi formalmente entregue pelo Governo cabo-verdiano em 26 de março de 2018.
De acordo com o dossiê da candidatura, a morna terá surgido no século XIX, não sendo consensual a origem do nome e ilha onde nasceu: Boa Vista ou Brava.
Marcada pelas letras do poeta Eugénio Tavares (ilha Brava, 1867 – 1930) e mais de tarde de Francisco Xavier da Cruz ou ‘B.Leza’ (ilha de São Vicente, 1905 – 1958), a morna conheceu o seu expoente maior fora de Cabo Verde através da cantora Cesária Évora (1941 – 2011), que através daquele género musical abriu as portas do mundo a um país de pouco mais de meio milhão de habitantes.
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