O Presidente da República apelou hoje à prudência e sensatez dos portugueses no período da Páscoa para não se inverter a tendência de contenção da Covid-19 e se conseguir um esbatimento antes do verão.
Numa declaração ao país, a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a mensagem que deixou no seu discurso de posse para um segundo mandato presidencial sobre um desconfinamento com sensatez: "Como eu disse no dia 9 de março, é preciso sensatez".
Tal exige "testar e rastrear", a começar pelas "escolas que já abriram e aquelas que irão abrir depois da Páscoa". Mas não só; Marcelo pede que se vacine "mais e mais depressa". Sendo que o objectivo continua a ser atingir a meta europeia, que aponta para 70% dos adultos vacinados até ao final de setembro.
No entanto, o Presidente da República crê que "nas últimas semanas" duas questões "preocuparam os portugueses e muitos europeus”.
A primeira diz respeito ao atraso no fornecimento de vacinas — "que obrigou a reajustamentos do calendário traçado no final de 2020". "Esperamos que a questão das vacinas possa ser ultrapassada a partir de abril", desejou. Já a segunda questão, que considera "mais perturbadora", esteve relacionada com “decisões individuais” de vários Estados em "suspender o recurso a determinada vacina" [a da AtraZeneca].
Retomando o tema da sensatez, palavra de ordem nesta intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa pediu que se encare dessa forma a próxima época festiva.
"São dias muito importantes (...) A Páscoa é, entre nós, um tempo de encontro familiar intenso, em particular em certas áreas do continente e regiões autónomas", diz o Presidente da República. As "confissões religiosas que celebram a Páscoa sabem-no" e "têm sido exemplares na proteção da vida e da saúde", considerou.
"São apenas umas semanas, mas umas semanas que bem podem valer por muitos meses e anos ganhos na vida de todos nós. E comecemos já pela Páscoa, antes ainda das aberturas de abril e maio. Com prudência, com sentido de solidariedade, com esperança acrescida de futuro. Portugal merece-o. Todos nós, portugueses, o merecemos", reforçou.
Segundo o Presidente da República, é preciso assegurar que o desconfinamento decorre sem que "os números de infetados, de internados em cuidados intensivos e de mortos, assim como o indicador de transmissão ou contágio" aumentem, invertendo a tendência dos últimos dois meses, para se conseguir "o esbatimento" da covid-19 no país "antes do verão".
"Testemos, vacinemos, mas respeitemos também as regras sanitárias, contendo o risco de infeção". Se assim for ao longo do plano de desconfinamento, acredita o Presidente, serão criadas as "condições para sair do estado de emergência".
"Portugueses, estamos mais perto do que nunca, mas ainda não chegámos à meta que desejamos: um verão e um outono que representem mesmo o termo de mais de um ano de vidas adiadas, de vidas atropeladas, de vidas desfeitas", afirmou o chefe de Estado.
Para o Presidente da República "há ainda caminho a fazer, há ainda precaução a observar, há ainda moderação a manter, tudo a pensar no próximo grande desafio que nos se impõe: reconstruir tudo aquilo que a pandemia destruir”.
Este foi o 14.º diploma do estado de emergência que Marcelo Rebelo de Sousa submeteu para autorização do parlamento no atual contexto de pandemia de covid-19, após ter ouvido os partidos com assento parlamentar e o Governo.
O atual período de estado de emergência termina às 23:59 da próxima quarta-feira, 31 de março. Esta renovação terá efeitos entre as 00:00 de 1 de abril e as 23:59 de 15 de abril.
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