“Foi com choque e tristeza que tomei conhecimento do ataque que ontem [segunda-feira] teve lugar no centro de Viena e que provocou a morte de quatro pessoas [cinco, posteriormente confirmado] e diversos feridos, entre estes últimos um jovem português”, lê-se na mensagem enviada ao Presidente da Áustria, divulgada no portal da Presidência da República na Internet.
Marcelo Rebelo de Sousa reafirma o seu “repúdio por todos os atos de violência” e a “convicção de que estes não lograrão alcançar os seus objetivos”.
“Neste momento difícil, quero exprimir a minha solidariedade para com a Áustria e o povo austríaco e apresento a vossa excelência, em nome do povo português e no meu próprio, a expressão da mais sentida solidariedade e sincero pesar”, acrescenta o chefe de Estado.
À agência Lusa, fonte do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas confirmou que um cidadão luso-luxemburguês é um dos feridos resultantes dos ataques de segunda-feira à noite.
A mesma fonte disse que Portugal está a acompanhar a evolução do estado de saúde deste luso-luxemburguês através da Embaixada de Portugal em Viena, capital austríaca, e do Gabinete de Emergência Consular, em articulação com as autoridades luxemburguesas. As autoridades portuguesas estão igualmente em contacto com os familiares deste cidadão.
O primeiro-ministro português, António Costa, também manifestou hoje solidariedade nacional ao chanceler austríaco Sebastian Kurz pelo atentado de segunda-feira em Viena, e salientou que a Europa se mantém unida perante “a ameaça do terrorismo”.
“Partilhamos a angústia do povo austríaco diante do grave atentado terrorista ocorrido em Viena. Ao Chanceler Sebastian Kurz transmito a nossa solidariedade. A Europa mantém-se unida diante da ameaça do terrorismo e da violência motivada pelo ódio”, escreveu António Costa, numa mensagem publicada em português e inglês na sua conta oficial da rede social Twitter.
O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, condenou igualmente o ataque de segunda-feira em Viena, e transmitiu o seu “choque e consternação” ao presidente do Conselho Nacional austríaco, Wolfgang Sobotka.
“Foi com choque e consternação que tomei conhecimento do ataque que ontem se verificou junto à Sinagoga de Viena (…) Um ataque que se sucede a várias manifestações de ódio, de violência e de intolerância que, de forma assaz preocupante, têm vindo a emergir das nossas sociedades nas últimas semanas”, refere a segunda figura do Estado, na mensagem de pesar.
Ferro Rodrigues exprime, em seu nome e no da Assembleia da República, as condolências ao povo austríaco e às famílias enlutadas e “a mais profunda solidariedade” por este ataque.
“Fenómenos que merecem a nossa condenação, não nos devendo fazer transigir na defesa do princípio basilar do respeito pelo nosso semelhante”, defendeu ainda o presidente da Assembleia da República.
Ataque em Viena
O ataque de segunda-feira à noite em Viena começou com um tiroteio numa rua central onde fica a sinagoga principal da capital austríaca, então fechada, próxima de uma área de bares.
Os atacantes deslocaram-se depois pelo centro da cidade, disparando sobre quem ocupava as esplanadas.
O ataque fez cinco vítimas mortais e 17 feridos. Um dos atacantes foi morto pela política, enquanto um segundo fugiu e está a ser procurado.
Segundo o ministro do Interior austríaco, Karl Nehammer, o atacante morto pela polícia, que estava armado com uma espingarda de assalto e um cinto de explosivos falsos, “era uma pessoa radicalizada que se sentia próxima do Estado Islâmico”.
O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, considerou que se tratou de um “repugnante ataque terrorista” e que pode haver “um motivo antissemita, pelo lugar onde começou”.
Marcelo Rebelo de Sousa recebeu o seu homólogo austríaco em Lisboa em junho de 2019 e na altura afirmou que os dois convergem na defesa de uma União Europeia assente na solidariedade, contra o extremismo, e também no combate às alterações climáticas.
(Notícia atualizada às 12:39)
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