Em 04 de agosto, o empresário Marco Galinha tinha confirmado à Lusa que o grupo Bel tinha vendido “parte da Global Media” Group (GMG) à gestora de fundos suíça Union Capital Group (UCAP Group) e que não era estratégico ter uma participação na agência de notícias, tendo o Estado manifestado interesse em comprar as participações, que perfazem 45,71%.
“Os negócios normalmente têm a sua confidencialidade e não nos permite alongar muito”, começa por dizer Marco Galinha, quando questionado sobre o ponto de situação das negociações.
“Mas o que eu posso dizer é que não era do interesse estratégico estar a ter uma empresa tão importante portuguesa num fundo que não era português. E com a saída do grupo Bel do controlo acionista da mãe da Lusa não fazia sentido uma empresa com uma grande importância nacional estar nas mãos de um grupo estrangeiro”, acrescenta.
O Estado, através da DGTF – Direção-Geral do Tesouro e Finanças, detém 50,15% da Lusa, com a GMG ser detentora de 23,36% e a Páginas Civilizadas 22,35%.
O fundo controla a maioria (51%) do capital da Páginas Civilizadas, a qual detém 41,5% da GMG.
Questionado sobre os valores que estão a ser negociados, Marco Galinha não avança detalhes.
“O que eu sei é o que temos na contabilidade: os valores que nós falámos são três vezes abaixo do valor de custo, no caso da Global e das outras empresas, mas já falámos e até pode ser que isto chegue a um final feliz”, acrescenta.
Sobre se existe um prazo para negociar a venda da Lusa, tendo em conta que a Assembleia da República será dissolvida dentro de pouco tempo, o empresário remata: “Eu diria que não vai haver qualquer razão para preocupação, as coisas estão muito bem encaminhadas”.
O também atual ‘chairman’ da Global Media Group admite a possibilidade de se poder chegar a um acordo esta semana, mas está tudo em aberto.
“Como não há interesse estratégico, portanto, só faz sentido haver uma proposta que agrade ambas as partes”, conclui.
Em 31 de dezembro de 2021, a Impresa concluiu a venda da posição que detinha na Lusa à Páginas Civilizadas por 1,25 milhões de euros.
Além do Estado, da GMG e da Páginas Civilizadas, a Lusa conta ainda com a NP – Notícias de Portugal (2,72%), Público (1,38%), RTP (0,03%) e Empresa Diário do Minho (0,01%) na sua estrutura acionista.
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