“A história já longa da substituição da nossa G3 levou-nos a equacionar modernizar em vez de estarmos a caminhar para a compra de uma nova arma, a Marinha vai desenvolver um processo de modernização das suas G3, num valor bastante menos exigente”, anunciou hoje o almirante Mendes Calado.
O CEMA falava na comissão parlamentar de Defesa Nacional, onde foi ouvido durante duas horas e meia sobre a proposta de Lei de Programação Militar, que será discutida em plenário na quarta-feira.
A proposta de LPM, que prevê investimentos de 4,74 mil milhões de euros em reequipamento das Forças Armadas, reserva cerca de 1100 milhões de euros para a Marinha, até 2030, destacando-se a aquisição de seis navios patrulha oceânica, um navio reabastecedor e um navio polivalente logístico como os projetos mais significativos.
Considerando que a proposta, no que respeita à Marinha, é “equilibrada” e “dá resposta a lacunas prioritárias”, Mendes Calado assumiu contudo “riscos” como por exemplo o reequipamento do corpo de fuzileiros, que carece de “uma capacidade de mobilidade blindada”.
Quanto à arma, o almirante Mendes Calado disse que já autorizou o início do projeto de modernização, e defendeu que o ramo ficará com “armas capazes que conhece profundamente” e é “um investimento mais barato do que a substituição por uma arma ligeira”.
Mendes Calado revelou que pediu “o triplo” do financiamento do que a LPM prevê mas reconhece que “os recursos são finitos” e, entre outros projetos, ficou para trás a compra de um simulador de voo dos helicópteros Lynx, para a qualificação dos pilotos, prevendo-se o recurso a parcerias com outras marinhas para obter essa qualificação.
Quanto aos seis navios de patrulha oceânica, o CEMA afirmou que a assinatura do contrato de construção durante o presente ano para em 2022 ter o primeiro a entrar ao serviço.
No geral, disse, a Marinha “revê-se plenamente” na proposta de LPM, considerando que “maximiza o investimento” ao prever capacidades de “duplo uso” militar e civil.
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