A MSF adianta, em comunicado, que a pandemia de covid-19 “gerou uma pressão sem precedentes no mercado por esses produtos, cuja procura atingiu níveis muito altos, enquanto o comércio internacional foi restringido devido a proibições de exportação”.
Dessa forma, argumenta a MSF, os governos procuraram garantir a disponibilidade desses equipamentos (roupas de proteção, máscaras homologadas, luvas, óculos e viseiras) para suas próprias necessidades internas, o que levou “à explosão dos preços, criando escassez e comprometendo a saúde do pessoal médico e auxiliar”.
“É urgentemente necessária alguma forma de regulamentação para garantir uma distribuição equitativa de suprimentos médicos”, bem como “produção que atenda aos padrões de qualidade”, afirma a MSF no comunicado.
Em muitos países, o pessoal de saúde trabalha sem o equipamento de proteção necessário ou sem a possibilidade de o trocar após usá-lo por um determinado número de horas, o que os expõe ao contágio, alerta a organização.
“Em certos países, como o Iémen, alguns hospitais (entre os que continuam a operar após cinco anos de guerra) tiveram que fechar e outras unidades de saúde receberam os seus pacientes, mas sem terem material de proteção extra”, denuncia a organização.
A MSF observou também que se está a sofrer diretamente desta situação em locais onde se prestam serviços médicos essenciais, como cirurgias e tratamentos para pessoas que sofrem de sarampo, tuberculose ou outras doenças infecciosas.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.369 pessoas das 31.596 confirmadas como infetadas, e há 18.637 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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