A sentença foi lida durante a tarde (hora de Lisboa) desta quarta-feira num tribunal federal de Manhattan, em que ficou indicado que Cohen terá que se entregar às autoridades até 6 de março.
“Várias vezes senti que era meu dever encobrir os seus golpes sujos”, declarou Michael Cohen, de 52 anos, que acabou por ser figura chave no inquérito sobre os pagamentos a uma estrela pornográfica e a uma ex-modelo da Playboy para não prejudicar a corrida às eleições de 2016 de Donald Trump.
De acordo com o The New York Times, o juiz William H. Pauley III indicou que Cohen cometeu uma variedade de crimes que envolveram "logro" e que foram motivados por uma "ambição e ganância pessoal".
Antes de ser condenado, Cohen revelou-se emocional ao falar abertamente da responsabilidade dos seus atos. Disse que a sua "fraqueza" foi a "lealdade cega a Donald Trump" e que tem vivido uma "encarceração pessoal e mental" desde o momento em que começou a trabalhar para o presidente dos Estados Unidos.
"Hoje é o dia que tenho a minha liberdade de volta", disse. E acrescentou: "Merecem saber da verdade e mentir-vos foi injusto", rematou.
Depois, fez o seu caso de mea culpa.
“Culpo-me a mim pela conduta que me trouxe aqui hoje”, disse, alongando que “foi a minha própria fraqueza e lealdade cega a este homem [Trump] que me levou a escolher um caminho obscuro ao invés da Luz”.
Michael Cohen revelou também que o presidente dos EUA estava certo quando recentemente lhe chamou “fraco”, embora “de uma maneira bem diferente daquela que ele quis insinuar”.
“Foi porque repetidamente senti que era meu dever cobrir os seus atos sujos ao invés de ouvir a minha voz interior e a minha bússola moral”, esclareceu.
O Ministério Público tinha pedido uma pena de entre 51 e 63 meses pela “gravidade” das “flagrantes violações” de Cohen das leis eleitorais, bem como por ter “deliberadamente” emitido “declarações falsas” sobre as negociações de uma potencial Torre Trump em Moscovo, que acabou por não ser construída.
Cohen, que compareceu no tribunal acompanhado da sua família, declarou-se culpado de oito crimes de evasão fiscal, falsas declarações a um banco e violações da lei de financiamento de campanhas eleitorais.
Michael Cohen foi advogado e conselheiro de Donald Trump durante mais de uma década e é considerado uma das mais importantes figuras no processo de investigação que envolve o presidente norte-americano.
Cohen estava a ser ouvido pelo gabinete do procurador especial há vários meses, tendo já prestado declarações em mais de 70 horas de sessões. Inquisições essas que levaram a que Donald Trump o classificasse de "mentiroso", dizendo que este seria capaz de dizer todas as falsidades "para se salvar de problemas".
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