“Eu como presidente do partido, o secretário-geral do PSD/Madeira [José Prada] e o líder parlamentar [Jaime Filipe Ramos] não vamos apoiar nenhum candidato para manter a liberdade de escolha dos militantes aqui na Madeira e para nós não fragmentarmos nesta eleição interna a unidade do partido”, disse Miguel Albuquerque.

O também presidente do Governo Regional da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP, falava à margem da apresentação dos novos 15 autocarros turísticos adquiridos pela empresa Horários do Funchal.

O líder dos sociais-democratas na Madeira referiu ainda que não tem opinião sobre se as eleições internas do PSD devem realizar-se antes ou depois das legislativas antecipadas, reforçando não ter “qualquer posição relativamente à disputa que se avizinha”.

Salientou, igualmente, que já transmitiu aos candidatos que devem “esclarecer os militantes da Madeira e com todas as condições de liberdade”.

Já relativamente às eleições legislativas antecipadas, cuja data deverá ser hoje anunciada pelo Presidente da República, Miguel Albuquerque adiantou que, se fosse Marcelo Rebelo de Sousa, “escolheria possivelmente a primeira semana de fevereiro”.

“Eu sou defensor que as datas devem levar em linha de conta a possibilidade de nos partidos à direita ficar tudo esclarecido. Sou contra a possibilidade de qualquer um dos partidos não ter a possibilidade de clarificar as lideranças e de reforçar a legitimidade dessas lideranças”, justificou.

Por outro lado, argumentou que “o Natal e o Ano Novo não são períodos propriamente propícios à atividade política”.

São candidatos à liderança do partido o atual presidente do PSD, Rui Rio, e o eurodeputado Paulo Rangel, tendo também o ex-candidato do PSD à Câmara Municipal de Alenquer Nuno Miguel Henriques anunciado na quarta-feira que está a recolher assinaturas para concorrer à eleição.

As diretas no PSD estão marcadas para 04 de dezembro e, no próximo sábado, vai reunir-se o Conselho Nacional do partido, em Aveiro, para analisar a situação política e um pedido de antecipação do Congresso por parte de dirigentes distritais e conselheiros (na maioria apoiantes de Rangel) de janeiro para entre 17 e 19 de dezembro.

O presidente do PSD, Rui Rio, tem-se manifestado contra a realização das diretas face à proximidade das legislativas, mas ainda não esclareceu se irá avançar com uma nova proposta formal de adiamento, depois de o Conselho Nacional ter rejeitado essa ideia na última reunião em outubro, ainda antes do ‘chumbo’ do Orçamento do Estado.

Miguel Albuquerque, que participou na quarta-feira no Conselho de Estado, defendeu ainda que a reunião “foi muito útil”, tendo ficado “muito clara a posição dos conselheiros de Estado relativamente à questão da crise política gerada pela falta do apoio parlamentar do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda ao Partido Socialista”.

“E a solução encontrada acho que é aquela que está em consonância com a situação porque quando há, numa democracia, uma crise política, devolve-se a voz aos cidadãos eleitores porque eles é que são soberanos”, reforçou.

O Conselho de Estado deu parecer favorável à proposta - feita por Marcelo Rebelo de Sousa - de dissolução da Assembleia da República, segundo um comunicado divulgado na quarta-feira, depois da reunião.