D. Américo Aguiar, que preside à celebração desta manhã em Fátima, voltou a lembrar o conflito vivido em Israel e convidou os peregrinos presentes no recinto do Santuário a pedirem a paz.
"A esta hora, há crianças, mulheres, homens e idosos a fugir da morte e da violência. Não está tudo bem", alertou.
Exortando os peregrinos de Fátima a repetirem em voz alta a palavra “paz”, Américo Aguiar pediu: “que a paz saia das nossas bocas, das nossas palavras, dos nossos corações”. De seguida, ouviu-se esse mesmo "grito" na Cova da Iria.
Depois, aludiu ao drama dos refugiados, lembrando a recente deslocação do Papa Francisco a Marselha, em setembro, para os Encontros Mediterrânicos.
“O nosso querido Papa Francisco esteve em Marselha a lembrar o cemitério em que o Mediterrâneo consiste, porque há homens e mulheres que sonham construir as suas vidas, as suas famílias, nesta Europa que para eles é um sonho novo”, afirmou Américo Aguiar, apelando a que se converta “o cemitério do Mediterrâneo numa autoestrada de amor”.
Na ocasião, o até agora bispo auxiliar de Lisboa defendeu, ainda, que o amor é “a password” para “abrir as portas do Céu” e reforçou o pedido à oração.
“Rezemos pela paz, rezemos pelo Papa Francisco, por todos os que estão no sínodo e, não querendo abusar da vossa generosidade, peço-vos que rezem por mim e pela diocese de Setúbal que o sucessor de Pedro me confiou”, acrescentou.
No final da celebração, o cardeal D. Américo Aguiar ofereceu a Nossa Senhora o báculo em madeira que usou nas cerimónias de quinta-feira e também esta manhã, que lhe foi oferecido pela Cáritas de Jerusalém, em Belém, por ocasião da visita em julho passado por causa da JMJ Lisboa 2023.
Além do báculo, o cardeal deixou também em Fátima a cruz episcopal da JMJ, o anel cardinalício e o solidéu.
“Faço-o como sinal de gratidão pelo apoio incondicional de Nossa Senhora ao que foi a JMJ: preparação e vivência e o que terá de continuar a acontecer nos corações dos jovens peregrinos”, disse anteriormente o cardeal.
A peregrinação que hoje termina no Santuário de Fátima é a última aniversária do ano à Cova da Iria e assinala os 106 anos da última aparição da Virgem aos pastorinhos, em 1917.
Nas cerimónias – concelebradas por 265 padres, seis bispos e três cardeais - participaram mais de uma centena de grupos organizados de peregrinos de mais de três dezenas de países. O Santuário de Fátima estimou em cerca de 120 mil o número de peregrinos presentes.
As cerimónias tiveram início na noite de quinta-feira, tendo ficado marcadas pelo apelo de D. Américo Aguiar apelou a que os peregrinos rezem pela paz, que falta à "malograda e querida Ucrânia e à terra de Jesus".
"Quando falamos de Fátima, da mensagem de Fátima, falamos obrigatoriamente de paz. Infelizmente, a paz é dom que está a faltar à nossa malograda e querida Ucrânia, e está a faltar há dias à nossa querida terra de Jesus. Queremos pedir à Mãe do Céu, sem baixarmos os braços, o dom da paz para a terra de Jesus, para a Ucrânia e para todos os povos que vivem o flagelo da guerra", afirmou.
A guerra é uma preocupação "de todos", disse o nomeado bispo de Setúbal durante a homilia da celebração da palavra que se seguiu à procissão das velas no santuário da Cova da Iria, deixando a pergunta: "a quem faz jeito esta nova guerra, quem fica a ganhar com esta nova guerra, com este calendário, com esta coincidência?".
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