O protesto convocado por vários movimentos de esquerda e sindicatos reuniu cerca de 17 mil pessoas, segundo as estimativas da polícia local, numa das principais praças da capital austríaca.
“Um ano após a tomada de posse do Governo, voltamos novamente à rua, uma vez que o desvio para a direita é um perigo para todos”, declararam os organizadores do protesto, que teve como principal alvo de contestação a ideologia e a política social do executivo liderado pelo chanceler Sebastian Kurz.
Entre as medidas do executivo conservador austríaco contestadas pelos manifestantes estão os cortes anunciados nos benefícios sociais, especialmente para a população considerada como mais vulnerável, como desempregados, imigrantes e refugiados.
O Governo de Sebastian Kurz justificou os cortes, afirmando que pretendia criar um sistema “mais justo” e conceder mais dinheiro aos austríacos.
Os benefícios sociais na Áustria são considerados como bastante generosos, o que tem provocado um debate político sobre se esses pagamentos não desencorajam o trabalho e a respetiva procura.
A oposição social-democrata critica as reformas promovidas pelo Governo conservador de Sebastian Kurz, argumentando que estas medidas colocam em risco a paz social na Áustria, um dos países mais ricos da Europa.
Outro foco dos protestos foi o ministro do Interior austríaco, o ideólogo ultranacionalista Herbert Kickl, que, segundo os seus críticos, tem interferido no trabalho dos serviços de informação austríacos e tem discriminado a comunicação social crítica do governo, ao mesmo tempo que tem dado mais meios e mais poderes às forças policiais.
A manifestação, que decorreu de forma pacífica, foi acompanhada de perto por algumas centenas de agentes policiais.
O partido de Kurz venceu as eleições de 15 de outubro de 2017 usando uma argumentação dura contra a imigração.
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