O ministério da Defesa russo disse que responderá "proporcionalmente" às futuras "provocações" dos Estados Unidos, numa altura que a tensão entre os dois países escalou depois da queda de um drone americano no Mar Negro.
"A Rússia não está interessada em escalar mais a situação, mas continuará a responder proporcionalmente a todas as provocações", indicou o Ministério da Defesa russo em comunicado.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou que os aviões americanos voarão "onde o direito internacional permitir" e advertiu a Rússia a agir com precaução depois de um dos seus caças ter supostamente derrubado um drone de vigilância norte-americano.
Austin fez a sua declaração pouco depois de conversar com seu homólogo russo, Sergei Shoigu, pelo telefone. O tema da conversa focou-se no incidente de terça-feira no Mar Negro, quando dois caças russos interceptaram um drone de vigilância americano e danificaram a sua hélice, provocando a queda do aparelho.
Os Estados Unidos classificaram a atitude russa de "imprudente" e "pouco profissional", enquanto Moscovo negou a sua responsabilidade e acusou Washington de realizar voos "hostis" na região.
"Os Estados Unidos continuarão a voar e operar até onde o direito internacional permitir", disse Austin aos jornalistas depois da conversa com Shoigu. "Compete à Rússia operar os seus caças militares de maneira segura e profissional", acrescentou.
O chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos, general Mark Milley, disse que o Pentágono está analisar os vídeos das câmaras que equipam este tipo de drones para ver exatamente o que aconteceu.
"Se foi intencional ou não? Ainda não sei", disse aos jornalistas. "Sabemos que a interceção pelos caças foi intencional. Sabemos, também, que o comportamento agressivo foi intencional, pouco profissional e muito inseguro". "Mas o contato real do caça russo (...) o contato físico, ainda não temos certeza".
Desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, o contato direto entre as principais autoridades de defesa de ambos os países tem sido extremamente raro.
"Levamos muito a sério qualquer escalada e por isso acreditamos que é importante manter abertas as vias de comunicação. Creio que é realmente fundamental que possamos conversar entre nós. E creio que isso ajudará a evitar erros de cálculo no futuro", concluiu o chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos.
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