“Confirma-se a existência de inquérito relacionado com a referida factualidade, a correr termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] da Comarca de Lisboa Oeste (Ministério Público de Oeiras)”, disse fonte oficial da PGR em resposta à Lusa.
Em comunicado, a Impresa refere que os 'sites' do grupo, nos quais se incluem órgãos de comunicação social como o Expresso, a SIC e a Blitz, mas também marcas como a Opto, ADVNCE ou Olhares, "foram alvo de um ataque informático, que teve início no passado domingo, dia 2 de janeiro, tendo sido imediatamente desenvolvidas diversas acções para minimizar os seus efeitos".
Desde então, a Impresa "tem trabalhado com as autoridades competentes, nomeadamente com a Polícia Judiciária e com o Centro Nacional de Cibersegurança", como também "foram contratadas empresas especializadas para auxiliar os departamentos internos do grupo".
O ataque "tem dificultado seriamente a missão dos nossos órgãos de comunicação social e, por estar a limitar a nossa capacidade de informar, resulta num grave atentado à liberdade de imprensa", acrescenta o grupo, salientando que "tem requerido de todos os profissionais" da empresa "um esforço extraordinário para tentar colmatar as dificuldades técnicas impostas".
Entretanto, a Impresa apresentou "uma denúncia/queixa-crime no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, contra incertos, pela prática de crimes de terrorismo, dano relativo a programas ou outros dados informáticos, sabotagem informática, acesso ilegítimo, acesso indevido, desvio de dados e destruição de dados".
O incidente "foi também notificado à Comissão Nacional de Proteção de Dados e foi hoje enviado um comunicado sobre o incidente” à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, acrescenta.
O objetivo da Impresa "é continuar a resolver a situação e repor rapidamente a normalidade da respetiva atividade".
Na terça-feira, no final do dia, o Expresso e a SIC Notícias conseguiram colocar no ar 'sites' provisórios, complementando as páginas das redes sociais do Expresso e da SIC no Facebook, Instagram e Linkedin, onde as notícias dos dois órgãos continuam a ser veiculadas.
Já os restantes 'sites' do grupo "serão repostos de forma consistente e sucessiva".
Na próxima sexta-feira, 7 de janeiro, está garantida a publicação da edição semanal do Expresso, um número especial que assinala os 49 anos do jornal, refere.
"Apesar destes passos, o grupo Impresa reconhece que demorará algum tempo para que a normalidade de todas as operações seja reposta", salienta.
"O nosso objetivo, com este comunicado, é o de prestar informações que consideramos úteis não só para os nossos 'stakeholders' [partes envolvidas] como também para outras empresas ou entidades que pretendam evitar ataques semelhantes", sublinha o grupo.
A Impresa agradece a todos os seus trabalhadores, "que têm sido incansáveis neste período tão exigente da vida" do grupo, "bem como aos seus leitores, espetadores, utilizadores, anunciantes, parceiros e órgãos de comunicação social e grupos de media”, dos quais diz ter recebido apoio ao longo dos últimos dias.
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