“É uma situação inaceitável. Em primeira linha é ao gestor do contrato que incumbe a responsabilidade de zelar para que estas circunstâncias não existam. Independentemente do choque que todos possamos ter com esta circunstância, não podemos contaminar o processo de decisão de uma eventual renovação da parceria público-privada (PPP)”, afirmou Marta Temido aos jornalistas no final de um debate parlamentar.
A ministra foi questionada pela agência Lusa sobre as conclusões do regulador da Saúde que identificou centenas de doentes internados pelo menos ao longo de quatro anos no Hospital de Vila Franca em refeitórios, casas de banho e corredores.
“Temos de tirar as devidas consequências, mas também perceber a dimensão dos casos que vieram a publico. É o que estamos a fazer. Enquanto não tivermos um completo esclarecimento não poderemos tomar uma decisão de futuro”, afirmou Marta Temido.
Fonte oficial do Ministério da Saúde tinha já confirmado à agência Lusa que o relatório de avaliação da PPP de Vila Franca de Xira “está a ser analisado” e que a decisão será comunicada à entidade gestora “até ao dia 31 de maio”, ou seja, até sexta-feira.
Hoje no debate no parlamento, Bloco de Esquerda, PCP e Partido Ecologista Os Verdes desafiaram a ministra da Saúde a acabar com a PPP de Vila Franca de Xira, aludindo ao relatório da Entidade Reguladora que foi divulgado na terça-feira.
Nas declarações aos jornalistas no final da sessão, Marta Temido reiterou que a decisão será sempre comunicada à entidade gestora – o grupo Mello Saúde.
O Hospital de Vila Franca de Xira é gerido, em regime de parceria público-privada, pela Escala Vila Franca Sociedade Gestora do Estabelecimento, cujo principal acionista é o grupo José de Mello Saúde.
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