“Por força da evolução tecnológica, a cultura depende cada vez mais de meios audiovisuais e de redes digitais”, afirmou o ministro da Cultura, no âmbito da apresentação dos novos canais da RTP na TDT, que decorreu em Muge, concelho de Salvaterra de Magos (Santarém).
Segundo o governante, o acesso integral e gratuito da RTP3 e da RTP Memória vai “beneficiar 2,5 milhões de pessoas”, a partir de 1 de dezembro deste ano.
“A partir de dezembro, a RTP vai ser ainda mais de todos os portugueses”, reforçou Luís Castro Mendes, sublinhando que a emissão da RTP3 e da RTP Memória “é um objetivo do programa do Governo, que foi cumprido”.
O ministro salientou que os canais da RTP são cultura, pelo que contribuem para “um melhor conhecimento e para uma melhor qualificação dos cidadãos”.
“Temos níveis de oferta de conteúdos na TDT absolutamente escandalosos em relação aos outros países da Europa”, indicou Luís Castro Mendes.
Por ser serviço público e receber a contribuição audiovisual do Estado, a RTP “está menos sujeita à teoria das audiências”, mas deve “apostar na qualidade e apostar em oferecer algo de diferente”, declarou o governante.
“Queremos uma diversificação clara do serviço público”, disse Luís Castro Mendes, destacando a informação internacional da RTP para que os portugueses possam “ter um olhar crítico sobre o mundo”.
Durante o evento, o ministro saudou Herman José, enaltecendo-o por ser “uma grande figura da cultura portuguesa” e o “génio criador” do humor em Portugal.
Sobre questões técnicas da emissão da RTP3 e da RTP Memória na TDT, o governante garantiu que “a difusão está feita, na maior parte [das regiões] por via terrestre, em algumas partes por satélite, mas basicamente cobre todo o território nacional”.
Em relação ao arquivo da televisão pública, o ministro da Cultura disse que o empréstimo que o Estado fez à RTP para o arquivo será transformado em participação acionista, frisando tratar-se ainda de “uma proposta” que está a ser analisada no Ministério das Finanças.
“O património arquivista é um património histórico absolutamente excecional e que tem que ser digitalizado a bem da cultura, da História e da preservação do património”, advogou.
Questionado sobre a situação de trabalhadores precários na RTP, o governante explicou que a televisão estatal é uma empresa pública, não é administração pública, pelo que o Governo pode apenas refletir essas preocupações como tutela pública.
A TDT tem capacidade para ter nove canais, pelo que será aberto um concurso para a oferta de mais dois canais, mas tal só acontecerá “durante 2017”, adiantou o ministro.
Atualmente, a TDT disponibiliza a RTP1, RTP2, SIC, TVI e canal Parlamento na sua plataforma, a qual é gerida pela Meo.
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