“Acho que o senhor Presidente da República quando fala, ouvimos com muita atenção. Agora, o que o país precisa, e creio que é a mensagem do senhor Presidente da República, é de estabilidade, é de continuidade, e o Governo tem toda a legitimidade para continuar, para conseguir resolver os problemas das pessoas. E eu acho que é isso que vai acontecer com o foco, sempre, na vida das pessoas, e na vida das empresas”, declarou António Costa Silva aos jornalistas, em Guimarães, à margem da 1.ª edição dos Encontros da Economia.
Numa comunicação ao país a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu, na noite de quinta-feira, que estará “ainda mais atento e mais interveniente no dia a dia” para prevenir fatores de conflito que deteriorem as instituições e “evitar o recurso a poderes de exercício excecional”, na sequência da polémica envolvendo o ministro das Infraestruturas João Galamba.
Questionado sobre se o Governo ficou com uma pulseira eletrónica ou de como é que vai enfrentar esta supervisão de Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro da Economia assumiu encarar essa situação “com muita jovialidade”.
“Sabe que eu já estive preso três anos num regime totalitário. No primeiro ano fui torturado dia sim, dia sim. Portanto, as prisões para mim não me impressionam muito”, respondeu o governante, que deixou um lamento.
“Só tenho pena é que um pouco desta gritaria ofusque os resultados que a economia está a atingir, porque é aí que nós nos devemos focar, é pela economia que o país pode mudar, é pela economia que o país pode criar mais riqueza, mais propriedade e ser um país mais justo”, vincou António Costa Silva, acrescentando que “até na vida” estamos a prazo, “quanto mais nos governos”.
Na sua comunicação ao país, o Presidente da República afirmou ainda não desejar usar os poderes que a Constituição lhe confere para interromper a governação, mas frisou que não abdica deles.
O chefe de Estado qualificou a sua discordância em relação à decisão do primeiro-ministro de manter João Galamba como ministro das Infraestruturas como uma “divergência de fundo” e considerou que essa decisão de António Costa tem efeitos “na credibilidade, na confiabilidade, na autoridade do ministro, do Governo e do Estado”.
Organizada pelo Banco Português de Fomento, sob o mote principal “INDÚSTRIA 4.0 e os desafios da internacionalização”, arrancou hoje em Guimarães, no distrito de Braga, a 1.ª edição dos Encontros da Economia.
Segundo a organização, a sessão debate o tema da indústria que vive uma transformação que impacta nos processos produtivos e nos modelos de negócio, salientando que esta transformação é impulsionada por diversas tecnologias, nomeadamente a robótica avançada, virtualização, automação, impressão 3D, inteligência artificial, internet das coisas, 'big data', 'advanced analytics' e 'cloud computing'.
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