“Ao longo dos últimos anos houve diversas investigações. Neste momento, há vários inquéritos em curso”, afirmou aos jornalistas José Luís Carneiro, à margem de uma visita ao Centro de Meios Aéreos de Évora, frisando que “é o Ministério Público quem dirige o tempo e o modo das investigações”, que “estão sob segredo de justiça”.
José Luís Carneiro foi questionado sobre “vários alertas” feitos pela Câmara Municipal de Alcochete para uma “situação preocupante” e que se “prolonga no tempo”.
Quatro pessoas foram hoje detidas numa operação realizada pela Polícia Marítima de combate às redes criminosas associadas à captura ilícita, comércio e tráfico internacional de bivalves, na qual foram identificados 243 imigrantes, segundo uma nota da Autoridade Marítima Nacional.
A operação, a nível nacional, visou também o combate à exploração laboral humana.
Fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, que acompanhou a operação, afirmou hoje de manhã à Lusa que uma megaoperação de combate ao tráfico de seres humanos liderada pela Polícia Marítima decorria na zona do Samouco, no concelho de Alcochete.
Segundo o ministro da Administração Interna, “outras operações haverá” e “sempre que há participação de comportamentos, atitudes, práticas consideradas ilícitas, naturalmente que as diferentes forças e serviços atuam em articulação e sob a direção do Ministério Público”.
O presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto, disse hoje, em declarações à Lusa, que não estava surpreendido com a megaoperação no concelho de combate ao tráfico de seres humanos na apanha ilegal de bivalves e defendeu um grupo coordenador, de âmbito nacional, para combater o problema.
O autarca socialista sublinhou que nada o movia contra os mariscadores, que em muitos casos fazem da apanha ilegal de amêijoa no estuário do Tejo o seu ganha-pão, mas reconheceu a necessidade de se “criar condições para que esta atividade deixe de ser ilegal”.
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