“É um caminho que tem que ser reforçado e nós estamos a fazê-lo. Temos a expectativa (…) que podemos atingir um número de profissionais satisfatórios entre dois a três anos”, disse à agência Lusa o ministro da Saúde, que participou, em Lisboa, na sessão comemorativa do Dia Nacional do Psicólogo, que hoje se assinalou pela primeira vez.
Adalberto Campos Fernandes adiantou que as carências de psicológicos no SNS “não são hoje assim tão grandes que não possam ser superadas em dois ou três anos”.
O ministro destacou também o contributo e desempenho dos psicólogos no SNS, considerando que “são hoje determinantes na qualidade do sistema de saúde”.
“O sistema de saúde tem beneficiado muito do contributo destes profissionais”, disse.
Por sua vez, o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, disse à Lusa que “é preciso um reforço considerável” destes profissionais nos centros de saúde.
“É preciso continuar este caminho que foi agora recomeçado com a abertura do concurso. É preciso acelerar o passo. É preciso contratar mais psicólogos” para os centros de saúde, sustentou Francisco Miranda Rodrigues.
Na semana passada, o Ministério da Saúde lançou concursos para a contratação de mais 40 psicólogos para os centros de saúde.
No entanto, o bastonário espera que o Orçamento do Estado para o próximo ano “volte a considerar a possibilidade da contratação de mais profissionais para o SNS, nomeadamente para os cuidados de saúde primários”, onde é feito o trabalho de prevenção.
Segundo Francisco Miranda Rodrigues, atualmente os utentes não esperam muito tempo pela primeira consulta nos centros de saúde, mas as segundas sessões podem “demorar um ano”.
Na área dos cuidados de saúde primários há atualmente menos de 250 psicólogos, quando a Ordem indica que seria necessário o dobro “para ter uma cobertura que permitisse o trabalho adequado nos diversos programas preventivos”.
Portugal tem cerca de 20 mil psicólogos, sendo que apenas cerca de dois mil se encontram nos serviços públicos: perto de 460 nos hospitais do SNS, mais de 200 nos centros de saúde, cerca de mil nas escolas, 30 nas prisões e mais de 240 noutros contextos do SNS, como nos comportamentos aditivos.
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