“Sintra está geminada com a Beira e vamos dar um apoio financeiro, que queremos fazer através da Cruz Vermelha, por uma questão de coordenação de esforços, e vamos dar um apoio imediato de 120 mil euros”, afirmou à agência Lusa Basílio Horta (PS).
O presidente da autarquia acrescentou que, além do apoio financeiro para a recuperação de infraestruturas ou equipamentos, está a ser preparado “com a Cruz Vermelha o apoio logístico, que pode ser da Proteção Civil, da Polícia Municipal ou de outros vários tipos de apoio, de alimentos ou de vestuário”.
“Esse apoio não queremos fazer isoladamente, porque podemos estar a mandar coisas que já tenham. Queremos ver aquilo que é necessário e avançar com o que é preciso”, frisou o autarca.
De acordo com Basílio Horta, “o apoio financeiro vai já”, porque esse é de certeza necessário, enquanto “o apoio logístico vai imediatamente a seguir”.
O apoio será prestado através da Cruz Vermelha, porque a organização “está a coordenar o apoio humanitário” e o autarca de Sintra revelou já ter falado com o presidente do organismo para participar no auxílio às zonas afetadas pelo ciclone.
A passagem do Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.
O presidente da Câmara de Sintra recordou a visita que o seu homólogo da cidade da Beira efetuou há cerca de um ano ao município do distrito de Lisboa.
“Porque temos a geminação é que temos tido contactos com o presidente da Câmara da Beira, com a embaixada de Moçambique. Claro que agora perante esta tragédia não podíamos ficar indiferentes”, vincou.
O concelho sintrense encontra-se geminado com a Beira desde março de 2009, de entre dezena e meia de geminações com localidades africanas de língua oficial portuguesa, mas também europeias, americanas e asiáticas, incluindo o município moçambicano da Namaacha, na província do Maputo.
A geminação de cidades tem como objetivo criar relações especiais nas áreas da cultura, social e científica, entre outras, através das quais são reforçados os laços de cooperação.
Segundo o acordo de geminação, “a Beira foi elevada a cidade, por decreto real, aquando da visita do príncipe Luís Filipe”, em 1907, e, “tal como Sintra, acolhe hoje uma multiplicidade de culturas e religiões”.
Em Moçambique, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil “estão em situação de risco”, tendo decretado o estado de emergência nacional.
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.
A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da “pior crise” do género no país.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, viajou para a Beira, onde dezenas de portugueses perderam casas e bens devido ao ciclone Idai, para acompanhar o levantamento das necessidades e o primeiro apoio às populações afetadas.
No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 100 mortos e mais de 200 desaparecidos, enquanto no Maláui as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.
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