Estas críticas foram feitas por António Costa em resposta ao líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, durante o debate parlamentar da moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega.

Em relação ao PSD, o primeiro-ministro e antes dele o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, acusaram a bancada social-democrata de ter perdido uma oportunidade para se demarcar de forma clara politicamente da extrema-direita, votando contra a moção de censura do Chega.

António Costa e Eurico Brilhante Dias também concertaram a crítica de que a situação de “divisão” entre PSD e IL, perante a moção de censura do Chega, “demonstra que não há alternativa política” à atual maioria socialista.

“O exercício desta moção de censura serve essencialmente para demonstrar o estado da nossa direita. Se eles não se entendem sequer sobre a censura ao Governo a que se opõem, como se poderão alguma vez entender para apresentarem uma alternativa para Portugal?”, questionou o líder do executivo.

Depois, António Costa visou diretamente o projeto do PSD para a redução do IRS – matéria que estará em discussão na quarta-feira, na Assembleia da República.

“Sempre que o PPD/PSD se apresentou às eleições a dizer que ia baixar os impostos, a primeira coisa que fez quando chegou ao Governo foi aumentá-los. Em 2022, o doutor Durão Barroso prometeu um choque fiscal que todos julgávamos que era para baixar os impostos. Mas a primeira medida do doutor Barroso foi um brutal aumento do IVA”, assinalou, antes de se referir ao executivo de Pedro Passos Coelho entre 2011 e 2015.

“Prometeram uma enorme reforma fiscal que se traduziu afinal num brutal aumento de impostos”, completou, numa parte da sua intervenção em que também procurou acusar o PSD de “cortar” nos investimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sempre que assume funções governativas.

De acordo com António Costa, no SNS, em comparação com 2015, foram realizadas mais 755 mil consultas hospitalares, mais 2,12 milhões de consultas nos cuidados de saúde primários e mais 103 mil cirurgias.

Neste ponto do debate, ainda em matéria fiscal, o primeiro-ministro respondeu ao presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, associando-o ao facto de ter estado envolvido na elaboração do programa económico dos sociais-democratas, nas últimas eleições legislativas, sob a liderança de Rui Rio.

Joaquim Miranda Sarmento, na perspetiva de António Costa, “era o Centeno de Rui Rio”.

“Defendia que, se o PSD fosse Governo, a prioridade era para a descida do IRC. E se houvesse condições financeiras para tal, eventualmente em 2025, então se veria se era possível descer o IRS. Era este o seu programa”, declarou, dirigindo-se a Joaquim Miranda Sarmento.

O primeiro-ministro reiterou então a tese de que os seus governos já baixaram o IRS em cerca de dois mil milhões de euros.

“E vamos baixar o IRS em mais dois mil milhões de euros até 2026”, acrescentou.

O debate da moção de censura apresentada pelo Chega pode ser visto aqui: