“Como sempre, com espírito de diálogo. Fosse o Governo dos Açores e da Madeira por alguém - como é o caso - do meu partido, seja em circunstâncias diferentes em que pudesse ser liderado por outro partido, como acontece com muitos municípios portugueses com os quais estamos a trabalhar diariamente”, afirmou Luís Montenegro.
O também primeiro-ministro falava aos jornalistas à chegada ao 42.º Congresso do PSD, que se realiza este fim de semana em Braga, reagindo às declarações do presidente do Governo Regional da Madeira, que minutos antes exigira um “compromisso claro” de Luís Montenegro no Orçamento do Estado relativamente aos direitos das regiões autónomas, avisando que, caso contrário, os deputados das ilhas votarão contra.
Questionado se está convencido de que vai ter o Orçamento do Estado aprovado com os votos favoráveis dos deputados do PSD da Madeira e dos Açores, Montenegro respondeu: “o Orçamento é apenas um instrumento, importante, que permite ao Governo executar o seu programa”.
“E o sentido de responsabilidade que todos os agentes políticos devem ter, e privilegiar, vai entrar pensando nas pessoas, na vida de cada português, seja ele residente em Bragança, Guarda, Faro, Funchal ou Ponta Delgada. Nós estamos a pensar em todos”, disse.
Montenegro disse que, neste congresso, pretende tratar do que vai ser o trabalho do PSD para os “próximos dois anos, não apenas para os próximos dois meses”.
“E é disso que eu pretendo falar e aproveitar o tempo também para conversar com os meus colegas de partido”, afirmou.
Nestas declarações aos jornalistas, Luís Montenegro foi ainda questionado se, durante o congresso, pretende convidar Luís Marques Mendes para ser candidato à Presidência da República nas eleições de 2026.
“O partido não convida ninguém para ser candidato a presidente. O partido apoia candidaturas que sejam assumidas por personalidades que sentem esse impulso e esse ânimo, essa vontade e essa esperança”, disse.
Montenegro disse que o PSD tem tido, “felizmente, pessoas muito habilitadas a poderem corporizar o que é uma análise transversal da sociedade portuguesa, dos desafios do país, para exercer a magistratura da Presidência da República”.
“E tem acontecido, aconteceu nos últimos 20 anos, dois militantes do PSD terem assumido essa função e terem feito uma afirmação do exercício das competências da presidência sem nenhum tipo de cariz partidário, as pessoas quase que se esquecem qual é o partido originário do atual e do anterior Presidente da República”, disse, salientando que o PSD “continua a ter militantes com essas características”.
Questionado se é uma coincidência Marques Mendes vir a este congresso do PSD, Montenegro respondeu: “O doutor Marques Mendes tem estado sempre nos congressos eletivos e, portanto, creio que manterá essa tradição”.
Montenegro destacou ainda que o PSD volta a realizar a sua reunião magna sendo, dez anos depois, “a força política liderante do Governo”.
“Realizamos este congresso com um espírito de serviço e de missão ao nosso país e aos nossos concidadãos, de lhes dar mais qualidade de vida, mais esperança e uma perspetiva de que podemos ter um país que crie mais riqueza para poder ser mais justo”, afirmou.
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