Morales fez o anúncio às portas do maior deserto de sal do mundo, que concentra uma das maiores reservas de lítio do planeta. A promessa caiu como um presente de Natal para os cerca de 30 mil habitantes da cidade de Uyuni, localizada a poucos minutos de distância, que vive do turismo e se encontra paralisada.
O ex-presidente e líder indígena participou numa conferência no Palácio de Sal, construído inteiramente com blocos desse mineral.
Uma multidão recebeu Morales em Uyuni. Durante seu mandato (2006-2019), foram construídas linhas de energia, estradas e um aeroporto para servir à cidade. "Ele é tudo, iremos defendê-lo sempre", declarou Félix Balbuena, 45, que mora no povoado de Colchani.
Durante anos, até a chegada do turismo, a extração de sal foi a principal fonte de rendimento dos habitantes da região. Mas, além do sal, existem outros materiais preciosos no subsolo.
A meio da crise provocada pela pandemia, a industrialização do lítio, "o ouro branco", chave para a produção de baterias e fabricação de veículos elétricos, é a esperança local. "Temos este deserto de sal, que amamos, mas que também pode salvar a Bolívia", comentou Juan Emilio Gutiérrez, que trabalha no setor de turismo.
A Bolívia possui 21 milhões de toneladas de reservas de lítio. O mineral esteve no foco da crise política recente. Morales repetiu que renunciou devido a um "golpe de lítio" promovido pelos Estados Unidos.
O lítio também foi um dos focos de tensão na reeleição de Morales e motivo de confrontos com grupos opositores em Potosí, no sudoeste da Bolívia.
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