Carlos Costa nasceu em 28 de março de 1928, em Fafe, viveu no Algarve nos últimos anos e morreu no hospital de Portimão, distrito de Faro.
Aderiu ao PCP com apenas 15 anos, foi preso pela primeira vez em 1948, aos 20 anos, o que levou o histórico comunista a conhecer grande parte das prisões do Estado Novo, totalizando 15 anos de encarceramento.
Muitas vezes torturado, nunca prestou declarações à polícia política da ditadura, a PIDE, de acordo com uma nota biográfica distribuída pela família.
Em 3 de janeiro de 1960, numa altura em que cumpria uma pena de 10 anos de prisão, Carlos Costa foi um dos protagonistas da célebre fuga do forte de Peniche, em que nove membros do PCP, incluindo Álvaro Cunhal, escaparam da prisão de alta segurança.
De regresso à clandestinidade, Carlos Costa é eleito no mesmo ano membro do Comité Central do PCP, cargo que manterá até 2008, e tornar-se-á responsável pelo laboratório de falsificação de documentos do PCP, pelas tipografias centrais e pela organização responsável pelas passagens clandestinas pela fronteira.
Em 1970, tornou-se responsável pela Organização Regional do Norte, que então incluía 10 distritos, desde Viana do Castelo até Coimbra, e vivia em Matosinhos, Porto, quando se deu o 25 de Abril, o golpe que derrubou a ditadura, em 1974.
Entre 1974 e 1989, subiu à Comissão Política do Comité Central do PCP, e, entre 1976 e 1987, é cabeça de lista pelo PCP em todas as coligações para a Assembleia da República pelo círculo do Porto.
Já em democracia, foi responsável na Comissão Política pela área do poder local e foi um dos autores dos dois volumes "Manual da Gestão Democrática das Autarquias". De 1988 a 2004, foi membro da Comissão Central de Controlo e Quadros do PCP.
Casado com a antiga dirigente comunista Margarida Tengarrinha, Carlos Costa foi ainda membro do Secretariado do Comité Central do PCP entre 1975 e 1990.
PCP recorda Carlos Costa pela sua “dedicação e entrega na resistência ao fascismo”
“Carlos Costa deixa-nos recordações da sua dedicação e entrega na resistência ao fascismo, pela democracia e o socialismo”, lê-se numa nota do Partido Comunista Português.
No comunicado, o PCP relembra que Carlos Costa, nascido em 1928, “aderiu ao PCP em 1943, ainda muito jovem”, tendo-se destacado “como militante e dirigente comunista” e “exercido as mais diversas tarefas e responsabilidades”.
O partido relembra ainda que Carlos Costa consagrou o “essencial da sua vida à luta em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo, contra o fascismo, pela liberdade e a democracia, pelo socialismo”.
Entre as notas biográficas que constam no comunicado, o PCP salienta que Carlos Costa foi “um dos fundadores do MUD Juvenil, tendo sido membro da sua Comissão Central”, e relembra que entrou “na clandestinidade como funcionário do PCP” em 1951.
Preso em 1953, o partido frisa que Carlos Costa foi um dos protagonistas da fuga do forte de Peniche, em 03 de janeiro de 1960, onde, “juntamente com outros camaradas, entre os quais Álvaro Cunhal”, consegue escapar da prisão de alta segurança.
De regresso à clandestinidade, é eleito membro do Comité Central do PCP em 1960, sendo que, após estar novamente preso entre 1961 e 1969, assume, em março de 1970, “a responsabilidade da Organização Regional do Norte”.
Após o 25 de abril, Carlos Costa foi “sucessivamente eleito deputado à Assembleia da República pelo círculo eleitoral do Porto, nas eleições de 1979 a 1987”.
“Foi membro da Comissão Política do Comité Central do PCP de 1974 a 1988 e do Secretariado do Comité Central de 1975 a 1990, tendo sido responsável pela Comissão de Atividades Económicas de 1975 a 1988 e pela Frente de Trabalho de Autarquias de 1976 a 1988. Exerceu também responsabilidades no âmbito da Comissão Administrativa e Financeira até 2012”, salienta o PCP.
No comunicado, o PCP transmite “as suas sentidas condolências” a Margarida Tengarrinha e “à restante família”.
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