Nas alegações finais do julgamento, que está a decorrer no Tribunal de Setúbal, a magistrada do MP considerou provados os crimes de homicídio qualificado e de ofensas à integridade física agravada praticados em co-autoria pelos arguidos Ana Pinto, Esmeralda e Justo Montes. “Cremos não existirem dúvidas da responsabilidade de cada um destes arguidos”, afirmou.
"Estamos perante um caso de criminalidade especialmente violente", afirmou o MP. O MP referiu também que a mãe de Jéssica "não priorizou a vida da filha aos seus interesses. A Inês fez as suas opções. Deixou Jéssica ao cuidado de pessoas que a ameaçavam", afirmou a procuradora, que relembrou que Inês tornou a deixar a menor "ao cuidado da família mesmo sabendo de agressões anteriores".
"Inês não fez qualquer esforço para a pagar nem sequer mudou a sua rotina, como as idas aos cafés e restaurantes", disse. "Após ter recebido a menina no estado em que estava foi para casa e à noite foi com companheiro para o karaoke", referiu.
"Não conseguimos sentir qualquer empatia com arguidos que a agrediram [a Jéssica] selvaticamente. Não conseguimos sentir empatia por uma mãe que a entregou ao cuidado destes agressores. Inês deitou-a moribunda enquanto se entreteve a enviar mensagens ao pai da mesma a pedir dinheiro", acrescentou.
"Em 36 anos de serviço nunca vimos nada igual", afirmou a procuradora.
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