À Lusa, o coordenador do STRUN, José Manuel Silva, adiantou que em causa estão algumas cláusulas do contrato assinado em agosto do ano passado, cuja revisão reclamam.

Entre elas está a reposição do descanso compensatório do motorista quando trabalha aos feriados e/ou domingos, que atualmente está a ser incluído nas horas de descanso que lhes são atribuídas.

"Há meses que propusemos à ANTRAM alterar uma ata da comissão paritária de dezembro cuja interpretação permite que as empresas juntem às 45 horas de descanso obrigatório, quando regressam de viagem, as compensações a que têm direito por passarem domingos e feriados fora", disse, sublinhando que a situação tem criado uma situação de injustiça entre trabalhadores.

O sindicato reclama também os 10% do salário que são descontados quando os motoristas são declarados culpados em acidentes, bem como o pagamento das horas extra que "abusivamente" as empresas os obrigam a fazer diariamente, sem serem pagas, disse.

Segundo aquele dirigente, o STRUN pretende ainda o pagamento de "um valor alto" aos trabalhadores que aceitem fazer cargas e descargas e a possibilidade, até aqui assegurada, de a partir dos 55 anos os trabalhadores puderem trocar os serviços internacionais pelos nacionais, "caso não se sintam com capacidade".

O protesto coincide com a greve convocada pelo Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM).

O STRUN, que representa cerca de mil motoristas de mercadorias do Norte, antecipa que a greve vai ter impacto no transporte de todo o tipo de mercadorias, devendo afetar um universo de mais 500 empresas nos distritos do Porto, Aveiro, Vila Real, Bragança e Viana do Castelo.

A paralisação arranca às 00:00 do dia 12 de agosto e termina às 23:59 do dia 20.

A decisão do STRUN de convocar esta greve foi tomada independentemente da FECTRANS, que representa também outros sindicatos que continuam a negociar com a ANTRAM, tendo novas reuniões agendadas para terça-feira e quarta-feira.

A greve convocada pelo SNMMP e pelo SIMM começa em 12 de agosto, por tempo indeterminado.

O Governo terá de fixar os serviços mínimos para a greve, depois das propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.