Lalita Kayi estava a gritar e foi ouvida por pastores que passavam nas imediações. Depois de chamada a polícia para ajudar a serrar as correntes que a prendiam à árvore, a mulher americana foi levada para o hospital, onde está a receber tratamento psiquiátrico, conta a BBC.

"O som estava a vir da floresta, do lado da montanha. Quando fui para lá, vi que uma das pernas dela estava amarrada a uma árvore. Ela estava a gritar como um animal. Chamei outros aldeões e a polícia local", disse um dos homens que a encontrou.

Numa declaração escrita à polícia, Lalita Kayi alegou que o marido a "acorrentou e deixou na floresta a morrer, sem comida nem água" e que lhe foi administrada uma "injeção para psicose extrema". A polícia diz que está à procura do homem no estado de Tamil Nadu, no sul do país, com base nas informações que ela lhes forneceu.

A mulher tinha consigo uma cópia do seu passaporte, que indicava que era cidadã americana, e o seu cartão Aadhaar, um documento de identificação único para os indianos, com o seu endereço residencial em Tamil Nadu, bem como um telemóvel, um tablet e 31.000 rupias, o que permitiu à polícia excluir a hipótese de roubo como motivo para o sucedido.

Shivanand Bandekar, reitor da Faculdade de Medicina de Goa, disse ao jornal The Indian Express que Lalita tinha alguns ferimentos na perna e que parecia sofrer de um problema de saúde mental. "Não sabemos durante quanto tempo ela não comeu, mas os seus sinais vitais estão estáveis", notou.

De acordo com a polícia, Lalita Kayi era bailarina e praticante de ioga na América, segundo alguns relatos em Massachusetts, e mudou-se para a Índia há cerca de 10 anos para estudar ioga e meditação.

Foi aí que veio a conhecer o atual marido, com quem a polícia pensa que se possa ter desentendido. "Sou uma vítima e sobrevivi. Mas ele fugiu daqui", denunciou.

Para já, ainda não se sabe exatamente quando ou como foi parar à floresta onde foi descoberta na semana passada, mas a mulher diz que esteve 40 dias sem comida e água.

Segundo a imprensa, a embaixada dos EUA em Deli tem estado a "exercer pressão sobre a polícia para acelerar a investigação", mas recusou-se a comentar o caso.