Segundo o The Guardian, a mulher disse ao tribunal de litígios da Nova Zelândia que tinha mantido uma relação com o homem durante seis anos e meio até ao momento em que surgiu o desentendimento, por não a levar ao aeroporto.

De acordo com uma decisão do tribunal, divulgada na quinta-feira com os nomes omitidos, a mulher tinha combinado ir a um concerto com alguns amigos. O namorado tinha concordado em transportá-la para o aeroporto e ficar em casa dela para tomar conta dos seus dois cães enquanto ela estivesse fora.

Na véspera, enviou-lhe uma mensagem com um horário entre as 10h00 e as 10h15, como indicação do tempo em que teria de sair de casa. Mas ele não apareceu, o que levou a mulher a perder o seu voo — e a alegar ter incorrido em várias despesas, como o custo da nova viagem, transporte para o aeroporto e a estadia dos cães num canil, entre outras.

No meio de tudo, o que fez o namorado quando chamado a tribunal? Enviou um e-mail a dizer que não iria comparecer na audiência e não respondeu a uma chamada.

De acordo com o tribunal, para que um acordo fosse aplicável seria necessário existir a intenção de criar uma "relação juridicamente vinculativa".

"Parceiros, amigos e colegas fazem acordos sociais, mas é pouco provável que possam ser legalmente aplicados, a menos que as partes realizem algum ato que demonstre a intenção de ficarem vinculadas às suas promessas", foi referido.

"Quando os amigos não cumprem as suas promessas, a outra pessoa pode sofrer uma consequência financeira, mas pode acontecer que não possa ser compensada por essa perda", é ainda frisado. "Há muitos exemplos de amigos que desiludiram o seu amigo, mas os tribunais têm defendido que se trata de uma perda irrecuperável, a não ser que a promessa tenha ido além de um favor entre amigos e se tenha tornado uma promessa à qual pretendem ficar vinculados".

Por isso, chegou-se à conclusão esperada: o pedido foi indeferido. "Embora tenha sido feita uma promessa, esta não chega a ser um contrato. Faz parte dos acordos quotidianos de relações familiares e domésticas que não são executáveis no tribunal de disputas".