“O regime de cessar-fogo no Nagorno-Karabakh está a ser respeitado na generalidade, houve violações isoladas mas, de um modo geral, a situação é estável”, afirmou Pashinian num discurso transmitido pela televisão estatal arménia.
O chefe do executivo de Erevan acrescentou que a Arménia está preparada para receber 40.000 famílias de refugiados do enclave, onde separatistas arménios capitularam quarta-feira após uma ofensiva militar do Azerbaijão.
“Reservamos quartos nos hotéis e preparamos locais para as acolher. Estamos preparados para receber mais de 40.000 famílias” do enclave povoado maioritariamente por arménios, sublinhou Pashinian, que garantiu não haver “quaisquer ameaças diretas” às populações civis de Nagorno-Karabakh.
“Hoje, a minha avaliação [da situação] é que não existe qualquer ameaça direta para a população civil de Nagorno-Karabakh”, afirmou.
Antes da intervenção do primeiro-ministro arménio na televisão, o gabinete de Pashinian indicou que não prevê de momento uma retirada em massa da população arménica do enclave de Nagorno-Karabakh, optando por aguardar pelo resultado das negociações sobre a reintegração do território separatista do Azerbaijão.
“As decisões serão tomadas em função da situação e do resultado das discussões”, indicou o gabinete do primeiro-ministro Nikol Pachinian segundo a agência noticiosa oficial Armenpress, acrescentando que “não foi colocada a questão da retirada” dos arménios do Nagorno-Karabakh que “têm o direito de viver nas suas casas”.
Em paralelo, e em comunicado, a presidência azeri definiu como “construtivas” as primeiras reuniões que hoje decorreram entre o Azerbaijão e a Arménia sobre a reintegração deste território secessionista.
Baku, que na quarta-feira impôs a capitulação aos separatistas após uma ofensiva militar “relâmpago” de 24 horas, acrescentou estar prevista uma nova reunião “o mais rapidamente possível”.
A presidência azeri também indicou prever o envio de ajuda humanitária, alimentos e combustíveis para a disputada região.
Os separatistas arménios de Nagorno-Karabakh anunciaram na quarta-feira que aceitavam depor as armas e negociar a reintegração no Azerbaijão da parte do território do sul do Cáucaso que controlavam.
A decisão ocorreu um dia depois de o Azerbaijão ter lançado uma operação militar no território azeri de população maioritariamente arménia, que os separatistas disserem ter causado duas centenas de mortos e mais de quatro centenas de feridos.
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