A informação foi hoje divulgada à Lusa por Luís Fernambuco, diretor-geral da National Geographic Partners em Portugal, promotora da mostra “Um Século e Tanto”, que abre ao público na sexta-feira, no edifício da Reitoria da Universidade do Porto (U.Porto), para mostrar “imagens icónicas” como a da Rapariga Afegã ou o padrão que Diogo Cão colocou em 1483 no Cabo de Santo Agostinho, a sul de Benguela (Angola).
Até 19 de julho de 2020, a exposição vai ocupar alguns dos espaços do futuro Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto, que tinham sido ocupados pelo Museu de História Natural da Faculdade de Ciências, foram “ampliados e renovados” e vão ser abertos ao público pela primeira vez, explicou à Lusa fonte da instituição.
“Neste momento, esta é a única exposição a celebrar o aniversário da sociedade NG, criada há 130 anos. O Porto foi escolhido para a acolher porque temos uma relação muito próxima com a U.Porto e devido à oportunidade que nos foi dada de ir para um sítio tão icónico como o Museu da Ciência, um espaço fechado que as pessoas vão ter oportunidade de agora visitar. Achámos que era o casamento perfeito”, descreveu Luís Fernambuco.
De acordo com o responsável, a mostra “atravessa a história da NG desde a sua fundação, mostrando alguns dos seus objetos mais icónicos, como a primeira bandeira a ir à estratosfera”.
“Como a NG sempre teve uma componente importante ligada à fotografia, a exposição inclui também mais de 70 imagens organizadas por temas”, incluindo a Rapariga Afegã, uma das mais célebres capas da revista, ou retratos dos primeiros exploradores no Polo Norte.
A seleção de imagens e objetos foi feita a partir do espólio do Museu da NG em Washington, nos Estados Unidos da América, e abrange 200 capas das edições internacional e nacional da revista.
A exposição foi originalmente criada para celebrar os 125 anos da NG e já passou por vários países, mas na passagem por Portugal inclui uma vertente dedicada à história da ciência lusa.
“Pela primeira vez, haverá uma secção inteira dedicada à exploração feita em Portugal”, destacou o diretor-geral.
As fotografias, ilustrações, mapas ou objetos exibidos integram coleções da U.Porto e de outras “entidades parceiras”, como a Sociedade de Geografia de Lisboa, o Museu de Marinha e o Museu Nacional de História Natural e da Ciência - Universidade de Lisboa.
Em destaque vão estar, por exemplo, aguarelas e ilustrações representativas da desafiante expedição científica de Alexandre Rodrigues Ferreira ao sertão brasileiro realizada entre 1785 e 1794.
Somam-se “instrumentos utilizados durante a expedição científica conduzida por Hermenegildo Brito Capelo e Roberto Ivens ao interior de África em 1877” ou “cadernos de campo, imagens, relatórios e espécimes de herbário relativos à expedição científica à Serra da Estrela, realizada em 1881”.
Haverá ainda “exemplares de mamíferos, répteis e aves recolhidos por Francisco Newton durante a sua expedição zoológica a Angola entre 1903 e 1905”.
“A exploração portuguesa que se realiza nos dias de hoje estará também representada, nomeadamente através das histórias protagonizadas por três bolseiros NG portugueses que estão a desenvolver projetos-chave em áreas tão diversas como a arqueologia, ecologia e conservação da natureza”, descreve a organização.
Comentários