“A Rússia está a utilizar a imigração como uma ferramenta para colocar pressão sobre os países vizinhos e aliados da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte], mas não vai conseguir singrar. Continuamos unidos”, disse Jens Stoltenberg em conferência de imprensa no final do primeiro dia de uma reunião com os chefes da diplomacia dos Estados-membros da Aliança Atlântica, em Bruxelas.
O encerramento das fronteiras terrestres da Finlândia com a Rússia, depois de um fluxo de migrantes sem precedentes, foi “a decisão acertada” para travar as intenções do Kremlin (Presidência russa), sustentou Stoltenberg.
O Governo da Finlândia anunciou hoje o total encerramento da fronteira com a Rússia a partir de quinta-feira e durante duas semanas, em resposta à atual crise migratória no norte da Europa e da qual Helsínquia acusa diretamente Moscovo.
Na madrugada de quinta-feira, o posto fronteiriço de Raja-Jooseppi, o único que permanecia operacional, vai encerrar e irá permanecer fechado até 13 de dezembro.
Mais de 700 migrantes sem vistos nem documentação legal, na sua maioria provenientes do Médio Oriente e de África, chegaram à Finlândia este mês, aumentando exponencialmente o número habitual de entradas.
A Finlândia, o mais recente Estado-membro da NATO (ingressou em abril passado), partilha a mais longa fronteira europeia (1.340 quilómetros) com a Rússia, a seguir à Ucrânia.
Na mesma conferência de imprensa, Jens Stoltenberg, que no próximo ano termina o mandato à frente da NATO após um prolongamento por causa da invasão russa da Ucrânia, insistiu na continuidade do apoio a Kiev e na unidade dos 31 Estados-membros sobre esta questão, recordando que a Alemanha se comprometeu com um pacote de oito mil milhões de euros em ajuda, os Países Baixos com dois mil milhões de euros e a Roménia criou uma infraestrutura específica para o treino dos pilotos ucranianos em aviões de combate F-16.
Insistindo nas declarações que hoje de manhã tinha proferido, Stoltenberg renovou o apelo para que o movimento islamita palestiniano Hamas e Israel prolonguem a trégua para possibilitar o envio de mais ajuda humanitária para a população palestiniana na Faixa de Gaza e a libertação de mais reféns.
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