O “Resilient Africa”, um graneleiro de 76 metros de comprimento com a bandeira de Palau, que transporta três mil toneladas de trigo com destino a Israel, chegou ao Bósforo pouco antes das 12:00 GMT (11:00 em Lisboa).
Esta é a primeira vez desde o fim do acordo em 17 de julho, após a retirada da Rússia do entendimento internacional, que um navio entrou num porto ucraniano e conseguiu voltar a atravessar com sucesso a frota russa do mar Negro, que tenta bloquear o tráfego marítimo na região desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro do ano passado.
O navio de carga deixou o porto de Chornomorsk na terça-feira, anunciou o ministro ucraniano das Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov.
Em meados de julho, Moscovo abandonou o acordo assinado em julho de 2022 em Istambul que permitia a exportação segura para o Mar Negro de produtos agrícolas ucranianos, essenciais para a economia do país e para a segurança alimentar global.
Em resposta, a Ucrânia procura estabelecer corredores marítimos ao longo das costas dos países aliados do Bósforo, desafiando as ameaças russas de afundar navios que entram e saem dos portos ucranianos.
Um segundo barco, “Aroyat”, ainda estava hoje no porto de Chornomorsk, carregado com trigo para o Egito, segundo o ministro ucraniano.
O acordo internacional celebrado sob a égide da Turquia e da ONU e depois denunciado pela Rússia permitiu exportar através do Mar Negro, num ano, quase 33 milhões de toneladas de cereais e outros produtos alimentares ucranianos.
Desde o seu termo, a Rússia tem levado a cabo uma campanha de bombardeamentos contra as infraestruturas portuárias e de cereais da Ucrânia, com o objetivo, acusa Kiev, de impedir qualquer tentativa de exportação. Moscovo, por sua vez, afirma ter atingido alvos militares.
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