O envolvimento indireto dos Estados Unidos no conflito que dura há cerca de oito meses tem sido uma fonte recorrente de debate, nomeadamente sobre a utilização de armamento norte-americano em operações militares na Faixa de Gaza que provocam vítimas civis.
No início de maio, Washington suspendeu a entrega de cerca de 3.500 bombas por recear que fossem utilizadas numa ofensiva em grande escala em Rafah, no sul da Faixa de Gaza e que faz fronteira com o Egito.
O Governo de Netanyahu espera, no entanto, que o principal aliado internacional regresse aos níveis anteriores de fornecimento, algo que o próprio primeiro-ministro israelita explicou ter discutido com Blinken numa “conversa educada” realizada na semana passada.
“Disse-lhe que apreciava profundamente o apoio que os Estados Unidos deram a Israel desde o início da guerra, mas também lhe disse outra coisa, que é inconcebível que, nos últimos meses, a administração norte-americana tenha retido armas e munições”, explicou Netanyahu num vídeo hoje conhecido.
Agora que o “maior aliado” dos Estados Unidos está “a lutar pela sua vida, contra o Irão e outros inimigos comuns”, Netanyahu disse esperar “um gesto” da administração do Presidente norte-americano, Joe Biden.
“O secretário Blinken garantiu-me que a administração está a trabalhar sem parar para eliminar os obstáculos”, acrescentou o líder israelita.
Netanyahu “espera” que seja esse o caso, uma vez que “deveria” ser esse o caso.
Nesse sentido, recuou até à Segunda Guerra Mundial para recordar as palavras do então primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill: “Deem-nos as ferramentas, nós faremos o trabalho”.
“E digo-o agora, deem-nos as ferramentas e faremos o trabalho muito mais rapidamente”, concluiu Netanyahu.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou mais de 37 mil mortos, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.
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