O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy e outras 13 pessoas, a maioria ex-dirigentes da União para um Movimento Popular (UMP), serão julgadas pelo financiamento ilegal da campanha para as eleições presidenciais de 2012.
A justiça acusa Sarkozy de ter ultrapassado de forma deliberada o limite de despesas eleitorais, de 22.5 milhões de euros, autorizado pela lei.
De acordo com a fonte, um dos dois juízes de instrução envolvidos do caso, Serge Tournaire, decidiu no passado dia 3 de fevereiro que o caso deveria ser julgado em tribunal, não obstante os esforços legais de Sarkozy para tentar evitar o julgamento em dezembro último.
A Bygmalion faturou alegadamente 18.5 milhões de euros ao partido de Sarkozy – que na altura se chamava UMP – União para um Movimento Popular, e desde então alterou o nome para Os Republicanos – em vez de faturar os seus serviços à campanha do então Presidente.
Gestores da empresa reconheceram a existência de fraude e de contabilidade falsa e o julgamento irá focar-se sobre se Sarkozy, ele próprio, tinha conhecimento ou tomou quaisquer decisões sobre o assunto.
O ex-presidente francês afastou-se da política em novembro do ano passado após os maus resultados nas eleições primárias da direita conservadora que escolheram o candidato às presidenciais de 23 de abril.
Sarkozy será o segundo chefe de Estado julgado em França desde 1958, depois do ex-presidente conservador Jacques Chirac (1995-2007), condenado em 2011 a dois anos de prisão condicional por um caso de empregos fictícios quando era presidente da Câmara de Paris.
Desde 2014, a justiça investiga um vasto sistema de faturas falsas que teriam sido usadas para exceder o limite legal do financiamento das campanhas eleitorais.
Além de Sarkozy, serão também julgadas outras 13 pessoas, entre elas dirigentes do seu partido, por falsificação, abuso de confiança, fraude ou cumplicidade no financiamento ilegal de campanhas eleitorais.
O escândalo de corrupção ficou como "Bygmalion", nome da empresa de relações públicas responsável pela campanha de Sarkozy.
[Notícia atualizada às 10h52]
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