Com 95.361 alunos, o 2.º ano é aquele com mais alunos matriculados no total das quase quatro mil escolas e colégios do 1.º ciclo, e é também aquele em que as crianças parecem mostrar mais dificuldade.
De acordo com dados do Ministério da Educação, no ano letivo de 2018/19 reprovaram cerca de 4.700 alunos naquele ano de escolaridade, o equivalente a 5%.
O número representa a maior taxa de retenção entre os quatro anos do 1.º ciclo: no 1º ano não houve “chumbos” e nos 3.º e 4.º anos reprovaram apenas 1% e 2% dos alunos, respetivamente.
Por outro lado, nas escolas com maior taxa de retenção no 2.º ano, as idades dos alunos estão também acima da média nacional, em que a maioria (80%) tem 7 anos, segundo a análise feita pela Lusa aos dados do Ministério da Educação.
Observando-se, por exemplo, as escolas com mais de 10 alunos matriculados no 2.º ano em que mais de metade ficou para trás, as crianças com 7 anos de idade são uma minoria em quase todas. A Escola Básica de Setúbal é um desses casos: com 37 alunos e uma taxa de retenção de 54% no 2.º ano, apenas 13 têm 7 anos (35%), sendo os restantes mais velhos.
A mesma tendência verifica-se também nos 3.º e 4.º anos de escolaridade, apesar serem menos as escolas onde a maioria dos alunos reprovou nesses níveis.
Os casos menos positivos são, porém, uma minoria e o indicador conclusão no tempo esperado, que acompanha os alunos durante cada ciclo de ensino e procura aqueles que nunca reprovaram um ano letivo, comprova isso mesmo.
Em 2018/19, a percentagem média de conclusões no tempo esperado de todas as escolas voltou a aumentar, mantendo a tendência dos três anos anteriores, e 88% dos alunos conseguiram terminar o 1.º ciclo nos habituais quatro anos letivos.
A maior melhoria nesse período foi em Aljustrel, onde 56 dos seus 63 alunos (89%) conseguiram concluir o 1.º ciclo sem reprovar, registando um aumento de 16 pontos percentuais em comparação com o ano letivo de 2015/16, seguida de Almodôvar, que passou dos 88% para a totalidade dos seus alunos.
Além de Almodôvar, é também no Alentejo que se localizam os outros três municípios com uma percentagem perfeita de conclusões no tempo esperado, superando em mais de 10 pontos percentuais a expectativa: Barrancos (a média nacional para alunos com um perfil semelhante era 89%), Arronches e Gavião (a média era 84% em ambos).
Olhando para as escolas, apenas 294 entre os 3.814 estabelecimentos de ensino conseguiram que todos os seus alunos concluíssem o 1.º ciclo em quatro anos letivos, e a Escola Básica n.º 3 de Monte da Caparica, em Almada, é aquela que mais se destaca por superar as expectativas: todos os estudantes passaram pelos quatro anos sem chumbar, contrariando a percentagem de 76% para os alunos do país com um perfil semelhante.
Já a Escola Básica das Parretas, em Braga, registou a maior melhoria em comparação ao ano anterior, subindo de 64% para 100%.
Este ano, o Ministério da Educação criou o novo indicador de equidade, que identifica entre os alunos que concluíram um nível de ensino sem reprovar a percentagem de estudantes com apoio de Ação Social Escolar (ASE).
Em média, 82% destes alunos conseguiram fazer o 1.º ciclo em quatro anos, e em 16 municípios esse feito foi conseguido pela totalidade, com destaque para Sousel, Portalegre, que superou em 22 pontos percentuais a média nacional para alunos com um perfil semelhante.
Há dois anos, estavam matriculadas no 1.º ciclo 366.886 crianças, menos 6.837 do que no ano anterior, mantendo assim a tendência de diminuição do número de alunos neste nível de ensino, já registada nos anos anteriores. Mais de um terço destes alunos concentram-se nos distritos de Lisboa e Porto.
A esmagadora maioria das crianças nas escolas nacionais do 1.º ciclo são portuguesas (95%), havendo, no entanto, exemplos que contrariam esta média, como no município de Vila do Bispo, distrito de Faro, onde quatro em cada dez alunos têm nacionalidade estrangeira.
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