“Vamos apostar no lado histórico da casa, que em junho completaria 50 anos, e nessa data iremos fazer uma atualização da carta e proceder à abertura de uma esplanada no exterior, nas traseiras do edifício”, acrescentou.
Segundo a responsável, o “novo espaço, ao ar livre, terá capacidade para cerca de 80 pessoas, e que se juntarão aos 120 no interior”.
A data da abertura, em abril, dado decorrerem ainda trabalhos preparatórios, ainda não foi definida, acrescentou.
Questionada pela Lusa sobre se no processo de transição tinham conseguido ficar com os “segredos culinários” da antiga cervejaria, Rita Mendes respondeu que não.
“Vamos manter alguns fornecedores, mas não garantimos que seja exatamente a mesma francesinha ou o mesmo cachorro”, acrescentou, precisando que a marca “Cervejaria Galiza não está na posse do novo proprietário, daí o novo nome do espaço”.
Reconhecendo haver “todo um caminho novo para fazer”, Rita Mendes valorizou, no entanto, “a vantagem de manterem o local onde funcionou a antiga cervejaria” e a “forte aposta no snack-bar”.
“Será tudo renovado, do cozinheiro aos funcionários que estarão a servir à mesa”, disse.
A 18 agosto de 2021, em tribunal, o que restava dos 30 trabalhadores da cervejaria aceitaram a proposta do senhorio de ficar com o estabelecimento perante a ameaça de despejo por falta de liquidez da massa insolvente.
Fechada desde 07 de julho de 2020 depois de o administrador de insolvência ter dado o direito de preferência ao senhorio após este o ter acionado, a histórica cervejaria do Porto conheceu o fim no Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia.
Fundada a 29 de julho de 1972, no início de novembro de 2019, os então 30 trabalhadores da cervejaria foram surpreendidos com uma tentativa de encerramento coercivo das instalações pela gestora da empresa, acabando por organizar-se e, até julho, assegurar a gestão diária do espaço.
Antes da tentativa de encerramento, a empresa dona da Cervejaria Galiza, num esforço em resolver as dificuldades financeiras, passou pelo recurso a um PER (Processo Especial de Revitalização), aceite pelo Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia.
A tentativa de encontrar uma solução passou então para o Ministério do Trabalho, tendo a empresa e os representantes dos trabalhadores e do Sindicato de Hotelaria do Norte reunido várias vezes, desde dezembro, na Direção-geral do Emprego e das Relações do Trabalho no Porto.
No decurso dessas reuniões, as representantes da empresa prometeram avançar com um processo de insolvência controlada e recuperação da empresa, o que salvaguardava os postos de trabalho, mas que nunca se concretizou.
A empresa acumulou dívidas de cerca de dois milhões de euros ao Fisco e à Segurança Social.
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