“Estamos a trabalhar no sentido de podermos ter um alargamento a mercados que ainda hoje não têm conectividade com Portugal como é o caso do México e como é o caso da Argentina”, afirmou Pedro Machado, durante a conferência Turismo em Portugal: Estratégias para Liderar em 2025.
Defendendo que o trabalho que está a ser desenvolvido pelo Governo pretende reforçar a conectividade, o secretário de Estado assinalou, no entanto, a importância do novo aeroporto de Lisboa para a concretizar a ambição e alargar o perímetro a países emergentes, mas também de “segunda linha”, como a Arábia Saudita.
Este foi um dos desafios apontados pelo secretário de Estado, ao qual se somou a necessidade de Portugal capacitar os recursos humanos do setor, problemas “que já não são novos”.
Pedro Machado destacou o projeto lançado há cerca de duas semanas com a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) de capacitação e formação de 1.000 migrantes e com duração de três meses, que permitirá “mitigar o que é crítico para Portugal que é a qualidade do serviço prestado”.
Numa conferência, promovida pelo IPDT — Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, onde foi o debatido o estado e as perspetivas do turismo nacional, Pedro Machado destacou ainda a evolução do setor turístico em Portugal, dizendo acreditar que 2025 será o ano de consolidação do “crescimento sustentável” e da “qualidade turística”.
Apesar de prever um ano “desafiante e de incertezas”, também o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, disse acreditar que Portugal “continuará a ter bons indicadores” em 2025.
O responsável apontou, no entanto, a necessidade de implementar estratégias que permitam o aparecimento de novas centralidades turísticas e que “desmistifiquem a ideia de que há turismo a mais”.
“Não há turismo a mais, há economia a menos”, observou, dizendo ainda que em 2025, a CTP continuará a insistir na “urgência do novo aeroporto de Lisboa”, na linha de alta velocidade, mas também na necessidade de se responder à falta de recursos humanos e de aproveitar o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Depois de apresentados os resultados da 72.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT, que estimam que este ano o setor cresça para 33 milhões de hóspedes e os 6.500 milhões de proveitos, o presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, defendeu que o turismo “não é um fim em si mesmo” e defendeu a necessidade do setor ter a capacidade de gerar riqueza.
“O sucesso do setor não se medirá pelo número de turistas ou dormidas, mas de acrescentar valor”, assinalou.
Por sua vez, o diretor comercial de aviação da ANA Aeroportos de Portugal, Nuno Costa, destacou a necessidade de se “quebrar a sazonalidade e o ‘overtourism'” e alertou para o facto de, as próximas gerações virem a representar em 2030 “a maior percentagem de turistas”.
“É muito importante que saibamos que os nossos clientes de futuro vão ser diferentes dos clientes atuais”, assinalou.
Comentários