Wickremesinghe tomou posse perante o principal magistrado do Sri Lanka, Jayantha Jayasuriya, na presença do presidente do parlamento, Mahinda Abeywardana, o chefe da polícia e o alto comando do exército, segundo um comunicado do Gabinete da Presidência.
A cerimónia aconteceu no interior do parlamento, cujas entradas estavam barricadas, com o edifício protegido por centenas de soldados.
O Governo tinha dito que a breve cerimónia seria transmitida pela televisão estatal, mas a transmissão foi interrompida pouco antes do início da tomada de posse.
As autoridades indicaram que foi aberta uma investigação sobre as causas do que disseram ser uma avaria inesperada no fornecimento de eletricidade
Segundo fontes oficiais, o novo chefe de Estado deverá formar um governo com até 30 ministros.
Wickremesinghe permanecerá no cargo até 2024, completando assim o mandato do antigo Presidente Gotabaya Rajapaksa, que fugiu para Singapura e renunciou ao cargo, na sequência de grandes manifestações, durante quase 100 dias, contra a crise económica.
Wickremesinghe, até agora presidente interino, obteve na quarta-feira 134 votos dos 225 parlamentares.
Horas depois, o político ameaçou tomar medidas severas contra quem tente derrubá-lo, afirmando que atuará “com firmeza” se alguém tentar agir contra o Governo.
“Se tentarem derrubar o Governo, ocupar o gabinete do Presidente e o do primeiro-ministro, isso não é democracia e responderemos com firmeza”, disse.
Apesar de ter declarado que “as divisões acabaram” no Sri Lanka, Wickremesinghe não é consensual no país, com os manifestantes que contribuíram para depor Rajapaksa a considerarem que será mais do mesmo.
A oposição política e os manifestantes acusavam a família Rajapaksa, que dominou a vida política da ilha durante décadas, de desvio de fundos públicos e culpam as medidas impostas pelo antigo chefe de Estado pelo colapso económico do país.
Wickremesinghe declarou na segunda-feira o estado de emergência, dando-lhe ampla autoridade para reprimir novos protestos.
O impasse político ameaçava a situação económica e financeira do país, que poderia atrasar ainda mais uma intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O país já entrou em ‘default’ técnico e tem uma dívida externa superior a 50 mil milhões de euros, que os analistas já consideraram “impagável”.
A escassez de produtos de primeira necessidade agravou a situação da população do país com 22 milhões de habitantes.
Comentários