
Além das 221 vítimas mortais, 189 pessoas foram resgatadas com vida durante as 59 horas de “trabalho ininterrupto” das equipas de resgate, segundo o relatório com os números finais do desastre ocorrido em 08 de abril.
As autoridades criaram assistência psicológica gratuita para os familiares da vítima, sendo que até à tarde de quinta-feira, as autoridades anunciaram que apenas tinham sido realizadas 123 autópsias e identificações.
Para agilizar as identificações, foram contratados doze médicos-legistas, anunciaram o Ministério Público e o Ministério da Saúde.
Uma lista provisória de vítimas inclui um casal francês que vive na República Dominicana e um italiano.
Washington já tinha anunciado a morte de pelo menos um norte-americano na quinta-feira, enquanto os meios de comunicação locais referiram a morte de um queniano, um haitiano e venezuelanos.
Entre os mortos estão o cantor de merengue Rubby Pérez, que estava a atuar na altura, dois ex-jogadores da Major League Baseball (MLB, campeonato de basebol norte-americano), a governadora de Monte Cristi, Nelsy Cruz, músicos, um ‘designer’ de moda e familiares de altos funcionários do Governo.
Chocados com os acontecimentos, os familiares das vítimas exigem explicações sobre as causas da tragédia.
O Governo dominicano anunciou a formação de uma comissão de peritos nacionais e internacionais para investigar a causa do acidente.
O Presidente Luis Abinader sublinhou hoje, em declarações aos jornalistas que o país precisa de “respostas para o que aconteceu”.
“Porque aconteceu. Como aconteceu. Entretanto, lamentaremos a perda dos nossos entes queridos e depois encontraremos essas respostas”, frisou.
O proprietário da discoteca dominicana garantiu hoje que está a colaborar “de forma plena e transparente” com as autoridades para esclarecer as causas da tragédia.
As segundas-feiras de merengue tornaram-se um evento emblemático na discoteca Jet Set, a mais famosa da República Dominicana, recebendo os artistas mais famosos da ilha, desde o falecido Rubby Pérez até Don Omar e Wilfrido Vargas.
Localizada no Distrito Nacional de Santo Domingo, uma zona conhecida pela sua vida noturna e estabelecimentos de alto nível, a discoteca foi inaugurada em 1994 num edifício construído anteriormente para acolher um cinema.
Em 2023, sofreu um incêndio provocado por um raio que atingiu a instalação elétrica do edifício, mas o estabelecimento foi reaberto pouco tempo depois.
Diversas vozes têm alertado nos últimos dias sobre as condições de segurança do edifício da discoteca, depois da divulgação de vídeos que mostram momentos anteriores ao desabamento e que lançam várias dúvidas sobre a supervisão do local e a robustez da estrutura.
Considerada agora a maior tragédia do século na República Dominicana, o desastre supera, em termos de número de vítimas humanas, o incêndio de 2005 numa prisão em Higuey, no leste do país, que custou a vida a 136 reclusos.
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