Em 2008, Elvira Fortunato apresentou ao mundo o transístor de papel — "Agarro numa folha de papel e numa das faces coloco (ou imprimo) o material condutor, na outra face imprimo o material semicondutor e no final fico com um transístor. É tão simples como isso". Simples, mas revolucionário.
Nos últimos dez anos, a investigadora portuguesa recebeu mais de 18 prémios e distinções internacionais pelo seu trabalho. Pelo caminho assegurou duas bolsas avançadas de European Research Council, a última em 2018, no valor de 3,5 milhões de euros.
O seu laboratório fica na Caparica. É vice-reitora da Universidade Nova, professora catedrática no Departamento de Ciência dos Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologia e diretora do Instituto de Nanomateriais, Nanofabricação e Nanomodelagem e do CENIMAT. Desde 2016 que integra ainda o Grupo de Alto Nível para o Mecanismo de Aconselhamento Científico da Comissão Europeia.
O seu percurso na ciência valeu-lhe a condecoração com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, o Navegador, pelo Presidente da República em 2010.
A conversa com o SAPO24 antecedeu a chegada da pandemia de covid-19 a Portugal. Estávamos em estúdio, ainda longe das preocupações que o novo coronavírus nos traria, com o desafio de pensar para onde caminhará a Ciência dentro de uma década. O surto, porém, obrigou o mundo a travar a fundo, mas a expectativa é de que num futuro próximo possamos regressar aos laboratórios, ao trabalho, às escolas, e projetar a vida não a quinze dias, mas a dez anos. E falar sobre o futuro da ciência em Portugal com Elvira Fortunato é falar sobre iniciativa, mérito e oportunidades — que são para "agarrar".
"Os eletrões portugueses não são diferentes dos eletrões japoneses ou americanos", diz, acrescentando que "nós não temos de ter preconceitos nem de superioridade nem de inferioridade. Se os outros conseguem, eu também hei de conseguir” — mesmo que isso nos possa levar mais tempo e obrigar a "trabalhar um bocadinho mais".
Há que concorrer a mais projetos, sejam nacionais ou europeus, e fechar contratos com empresas. O financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia é uma base, mas "se quisermos trabalhar na Champions League [da ciência] temos de ter um bocadinho mais". "Se não nos candidatarmos também nunca temos", conclui.
As condições podem não ser ótimas, é preciso valorizar o mérito e reduzir a burocracia — "só faz confusão e só atrapalha, só perdemos tempo. Nós já temos pouco dinheiro e o pouco dinheiro que temos, ou aquele que vamos conseguindo arranjar, ainda temos problemas para utilizar —, mas "temos todas as condições [em Portugal]" de ir a jogo, assevera.
"Temos boas bases, é evidente que temos uma ciência ainda recente, mas temos um conjunto muito grande de investigadores de excelente qualidade, que foram formados ao longo das últimas gerações. Estamos também a atrair investigadores de fora cá para dentro e há vários mecanismos que possibilitam uma maior estabilidade aos investigadores, às universidades e às unidades de investigação", enumera.
Quando olha para o futuro diz que este "é verde", verde de otimismo, de ambiente... "E eu até sou do Sporting", brinca.
O que é que sente ou o que é que pensa quando alguém diz que é o Cristiano Ronaldo da eletrónica em papel?
Fico contente, porque o Ronaldo é um excelente jogador e projeta Portugal no mundo inteiro. Fico contente porque consigo, pelo menos na área da ciência, também projetar um bocadinho do que se faz em Portugal lá fora — e realmente na área da eletrónica de papel nós fomos pioneiros e temos levado o transístor de papel e outros projetos relacionados com o papel pelo mundo fora.
Cada vez que se fala no seu nome, vem imediatamente à conversa o chip de papel, o Paper-E ou o transístor de papel. Como é que se traduz essa inovação, essa tecnologia, de uma forma simples?
Nós fizemos pela primeira vez um transístor de papel em 2008. E na altura até chamámos a isto green electronics [eletrónica verde] — e não é que agora estamos em 2020 e temos a nova presidente da Comissão Europeia a apostar no Green Deal [O Pacto Ecológico Europeu]? A ideia é trabalhar com materiais sustentáveis, abundantes, não tóxicos, com tecnologias amigas do ambiente. Temos essa preocupação já há muito tempo no laboratório e andávamos a trabalhar com eletrónica flexível, com coisas leves, então porque não utilizar o papel? E aqui é muito simples: para fazer um transístor, que é a unidade de base de um circuito integrado, ou seja, é a "peça lego", tenho de ter sempre três materiais. Primeiro, tenho de ter um material condutor, que geralmente são materiais metálicos; depois, tenho que ter um material semicondutor, nós também utilizamos um outro material que não é o silício, são óxidos metálicos, nomeadamente à base de óxido de zinco; e, por fim, temos que ter um material isolante. Ora, no que diz respeito ao material isolante, porque não utilizar a celulose, o papel?
O papel é um material que nós não utilizamos em cabos elétricos, que não conduz eletricidade. Nós já trabalhávamos com o papel no laboratório, mas como suporte, tinha uma função passiva. Então começámos a pensar “se calhar posso usar o material, a celulose, como um dos componentes do próprio transístor, como um dos materiais que eu necessito para fazer o transístor”, e começámos. Como este material isolante fica entre o condutor e o semicondutor, no fundo, é como se eu fizesse uma fotocópia frente e verso: agarro numa folha de papel e numa das faces eu coloco (ou imprimo) o material condutor, na outra face imprimo o material semicondutor e no final fico com um transístor. É tão simples como isso.
Quando diz que se imprime, é mesmo tinta?
Neste momento é mesmo tinta. Antes não era tinta, mas neste momento nós temos impressoras de vários tipos e formulamos as nossas tintas à base destes materiais. Aliás, nós temos um laboratório muito engraçado no CENIMAT, na Universidade Nova de Lisboa, com equipamentos que são usados nas gráficas, só as tintas é que são diferentes.
E em termos práticos esta tecnologia é usada como no dia-a-dia?
Nós cada vez trabalhamos mais com a Internet das Coisas e com eletrónica flexível, por exemplo para fazer o tracking de encomendas, através da utilização de sensores, ou para ver a validade de embalagens alimentares. No ano passado, aliás, por iniciativa do atual governo, formámos aquilo a que se chama um laboratório colabotativo, o Alma Science. É "Alma" porque tem sede em Almada, sendo que nós estamos na Caparica, na Faculdade de Ciências e Tecnologia. Este laboratório é coordenado pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
(Nós já trabalhávamos com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, inclusivamente ganhámos um prémio que eles lançaram há 4 anos na área do papel secreto e dos nanomarcadores secretos, ou seja, tudo aquilo que esteja relacionado com segurança, em que desenvolvemos essas tintas que são usadas numa série de documentos e produtos que a Imprensa Nacional-Casa da Moeda tem.)
Retomando, a Imprensa Nacional-Casa da Moeda coordena este laboratório colaborativo e nós entrámos como parceiros. Além disso temos também a Fraunhofer Portugal, a Navigator, que é a produtora de papel, a RAIZ, que é um laboratório na área do papel e muito ligado à Navigator, e temos também um laboratório de análises, o Clara Saúde, porque a ideia não é só olharmos para a parte eletrónica. Há outra área muito importante, que é a da saúde, nomeadamente nos testes de diagnóstico rápido. Está a ver aquelas tirinhas para determinar a quantidade de glucose que temos no sangue, que são de plástico? Nós fazemos isso em papel, sem recorrer a enzimas e sem recorrer àquele equipamento com pilhas, em plástico, etc. Portanto, temos estas duas grandes linhas de atuação na área do papel, a da eletrónica e a da área das aplicações técnicas. Eu costumo dizer que nós usamos o papel para tudo exceto para escrever.
É curioso perceber que desde 2008, altura em que é inventado o transístor de papel, passaram 12 anos. E hoje vemos que esta tecnologia vem responder a uma série de preocupações que agora estão muito mais presentes como, por exemplo, a necessidade de reduzir o lixo eletrónico, ou memo a questão dos microplásticos, que navegam por todo o mundo e vêm acabar no nosso prato.
Está tudo até um bocadinho alinhado com o Green Deal. Neste momento, a presidente da Comissão Europeia tem este foco muito grande no acordo verde, que no fundo é o seu plano de ação e em que todas estas problemáticas estão muito em cima da mesa, seja o problema do clima, da descarbonização, dos lixos, dos micriplásticos, etc. É evidente que neste momento esses problemas estão mais visíveis, mas a sustentabilidade é algo que foi sempre um pilar no nosso laboratório, tivemos esta preocupação desde o início.
Identifica neste Green Deal e mesmo em toda a aposta na promoção da sustentabilidade uma oportunidade para a investigação em Portugal? Porque há que olhar para o mundo, Portugal é um país relativamente pequeno, mas está inserido na União Europeia e, afinal de contas, estamos num mundo globalizado.
Claro que sim, que é uma oportunidade. Aliás, nós temos todas as condições. Eu costumo dizer que os eletrões portugueses não são diferentes dos eletrões japoneses ou americanos. Portanto, as oportunidades existem e nós temos é que as agarrar. Aquilo que ainda falta em Portugal, ao nível da ciência e da investigação, é que os investigadores que estão em Portugal, agarrem [as oportunidades] com mais intensidade. Isto é, concorrerem mais a projetos de investigação, porque hoje em dia há tantas chamadas a projetos na Comissão Europeia, e de todas as áreas. Mais a mais, os projetos financiados pela Comissão Europeia são muito superiores em termos de orçamento face aos que são financiados nacionalmente. Portanto, há que incentivar, se não nos candidatarmos também nunca temos.
"Nós não temos de ter preconceitos nem de superioridade nem de inferioridade. Se os outros conseguem, eu também hei de conseguir."
Regressemos a 2008, quando ganhou a bolsa do European Research Council. Vi um vídeo em que partilhava com uma audiência que quando decidiu que se ia candidatar alguém lhe disse que “pronto, sim senhora, são estas as condições, mas atenção que isto é para a nata da ciência”. Também vi outra ocasião em que dizia que é preciso pensar em grande para ser grande. Acha que em Portugal ainda não pensamos grande o suficiente?
Estamos a pensar mais. Eu costumo dizer isto aos meus alunos e também à minha filha: nós não temos de ter preconceitos nem de superioridade nem de inferioridade. Eu não tenho. Portanto, se os outros conseguem, eu se calhar demoro um bocadinho mais tempo, mas também hei de conseguir. Nós somos Portugal, não temos as mesmas infraestruturas ou mecanismos que os nossos colegas têm, mas nós chegamos lá. Se calhar temos é de trabalhar mais um bocadinho, mas há uma paixão muito grande por de trás destas coisas todas. Acho que no final é tão bom termos os nossos projetos aprovados e alguns até ficam tão bem classificados. Costumamos dizer que isto é como uma árvore, as raízes às vezes são mais amargas, mas os frutos são muito doces.
O que é que ainda nos limita?
Se calhar limita-nos o não valorizar. Devíamos motivar mais os investigadores e os professores universitários a participarem neste tipo de projetos, mas que de alguma forma isso fosse valorizado. Hoje em dia temos professores ou investigadores que conseguem trazer para Portugal muitos projetos — e são muitos milhões de euros que vêm para Portugal —, mas às vezes internamente esse aspeto não é valorizado. Acho que se existissem mecanismos para promover ou estimular mais o mérito, talvez houvesse mais participação.
Como é que acha que se poderia fazer isso?
Com incentivos, até mesmo a nível até remuneratório, com prémios. Há várias formas de discriminar pela positiva.
Uma das questões para quem faz investigação é por vezes a falta de estabilidade, o não poder antecipar, a médio prazo, qual o valor que vai ter em mãos para poder continuar aquela investigação.
Mas esse é um bocadinho um risco [de fazer investigação]. Nós, a nível nacional, temos 300 e tal unidades de investigação, somos financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, e somos avaliados. As unidades de investigação recebem o financiamento em função da avaliação que têm e ainda no ano passado foram todas avaliadas — e aí valoriza-se um bocadinho o mérito. Isso é uma base, mas eu costumo dizer que se quisermos trabalhar na Champions League [da ciência] temos de ter um bocadinho mais. É fundamental termos uma base que nos dá uma estabilidade mínima, mas é evidente que temos depois de acrescentar, isto é, temos de ter outros projetos, quer nacionais quer europeus, e contratos com empresas, para assim conseguirmos trabalhar a um nível superior.
Perguntava-lhe exatamente sobre a colaboração com empresas. Uma das conversas anteriores que tivemos aqui no 20/30 foi sobre a indústria 4.0 e na altura o administrador da Agência Nacional da Inovação, António Bob dos Santos, dava vários exemplos de projetos em que as universidades se uniram a empresas para desenvolver produtos e soluções para o setor industrial. Vê isto a acontecer na ciência?
Os tais laboratórios colaborativos, no fundo, são um instrumento que o governo pôs à disposição dos investigadores e das empresas para tentar alavancar o conhecimento que existe nas universidades, para que parte desse conhecimento seja transformado em inovação. No caso particular do Alma Science acabámos agora a parte da contratação dos investigadores para o laboratório e eu penso que sendo este laboratório coordenado por uma empresa tem de funcionar de acordo com o que a empresa quer, usando estas novas tecnologias, mas acima de tudo transformando estas novas tecnologias em produtos. Penso que isso vai acontecer um dia em breve, estou muito otimista.
Para além disso, eu sou engenheira, parte da equipa onde estou é da área da engenharia, é mais fácil [a ligação ao mundo empresarial] porque fazemos coisas mais aplicadas. Nós temos, por exemplo, patentes com a Samsung. Falámos há bocadinho da área da eletrónica do papel, mas nós temos a área da eletrónica transparente, em que trabalhámos muito, e que se calhar não é tão visível. Tudo aquilo que vai estar nestes novos mostradores, desde telemóveis a televisores, em cada pixel eu vou ter um transístor e esses transístores são feitos com um bocadinho da tecnologia que foi desenvolvida aqui em Portugal.
Em 2018 foi notícia o facto de ter conquistado um financiamento de 3,5 milhões de euros para o laboratório. Em que é que vão investir este valor? Qual é que é o próximo passo? Qual é que é a próxima aposta?
Parte desse dinheiro foi financiado pelo European Research Council — é a minha segunda advanced grant. Os valores são geralmente de 2,5 milhões de euros, mas se for necessária a aquisição de um equipamento eles podem dar mais um milhão. Eu pedi e foi atribuído. Estamos a comprar um microscópio eletrónico de transmissão muito poderoso. Com a primeira bolsa comprei um microscópio eletrónico, mas de superfície. Neste caso é de transmissão e, portanto, tem resolução atómica. Como hoje em dia trabalhamos na área da nanotecnologia e os dispositivos são cada vez mais pequeninos, é muito importante ver não só os materiais que os constituem, mas inclusivamente ver o funcionamento in situ. Ou seja, com este microscópio eletrónico eu vou conseguir ver o funcionamento em termos reais. Uma parte do financiamento é então para essa infraestrutura, portanto, estamos a construir na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Nova um laboratório grande na área da microscopia eletrónica com todas estas valências.
Por outro lado, na parte do projeto em si, aquilo que vamos fazer é o seguinte: hoje em dia, quando tenho um circuito integrado, como o próprio nome indica, eu integro vários componentes discretos, transístores, condensadores, díodos e esse circuito integrado faz uma determinada função. Agora, aquilo que queremos fazer é um bocadinho ao contrário: eu tenho só um dispositivo — feito com materiais óxidos metálicos, materiais sustentáveis, amigos do ambiente, como o óxido de zinco — a fazer várias funções. Ou seja, em vez de ter um circuito integrado, tenho uma função integrada. Portanto, é um novo paradigma. Para além disso, vamos processar os materiais com tecnologias sem microeletrónicas muito caras, isto é, sem utilizar tecnologia convencional que é muito onerosa. Vamos utilizar tecnologias digitais, nomeadamente lasers, impressoras 3D, etc.
Do que vê ser desenvolvido em Portugal, e do que vê a ser desenvolvido fora na sua área, o que é que a entusiasma mais?
Eu sou engenheira materiais. Muitas vezes me têm perguntado qual é o grito do laboratório, se é “eureka". E não, no nosso laboratório o grito é “funciona”. Como fazemos dispositivos, eles têm que funcionar, se não estão mortos. E há uma coisa que me dá muito prazer naquilo que eu faço, mais na área da eletrónica e dos materiais semicondutores, que é trabalhar com materiais que nada têm a ver com eletrónica e tecnologias que nada têm a ver com essa área e poder misturar isso e fazer maravilhas — desde usar impressoras que eram usadas para imprimir livros para imprimir transístores ou usar gelatina para fazer transístores. Isso dá-me um prazer muito grande, porque acabamos por não estar a inventar novos materiais, mas a utilizar materiais convencionais para aplicações nada convencionais.
"Eu acho que o futuro neste momento é verde — e eu até sou do Sporting"
Antes de terminarmos, queria perguntar-lhe sobre a questão da burocracia na ciência. Numa outra conversa que vi sua mencionou que por vezes a burocracia é inimiga da inovação.
Então eu vou-lhe dar um exemplo: como disse há bocadinho, eu ganhei este projeto em 2018, ele arrancou em janeiro fez agora um ano agora, e só agora é que nós conseguimos fechar o concurso internacional para a aquisição deste grande equipamento. Portanto, estivemos quase um ano com burocracias. Está bem que estamos a falar de um equipamento muito caro, que custa cerca de 2 milhões de euros, mas a burocracia em Portugal ainda é um problema. De qualquer das maneiras, eu sou otimista. No final do ano passado, três ministros indicaram três pessoas, eu sou uma delas, para tentar produzir um documento de simplificação de toda esta parte burocrática e esse documento está na sua parte final. Eu estou muito esperançada que muito em breve esse documento esteja cá fora e parte desta burocracia seja eliminada, porque só faz confusão e só atrapalha, só perdemos tempo.
Nós já temos pouco dinheiro e o pouco dinheiro que temos — ou aquele que vamos conseguindo arranjar — ainda temos problemas para utilizar. E na investigação, nestas áreas de ponta, o tempo é fundamental. Uma das funções dos investigadores, um dos nossos outputs, são artigos científicos, patentes, ora se eu não consigo fazer, também não publico — e entretanto se eu não publico há outro [investigador], do outro lado, que entretanto publicou a mesma coisa. As ideias não nascem só aqui, estão a nascer em todo o mundo ao mesmo tempo, e aquele que chegar mais depressa é o que ganha, é o que faz história. Nós fizemos isso com o transístor.
Uma pergunta para os 10 anos que temos pela frente: como é que vê o evoluir da ciência em Portugal na próxima década?
Eu acho que nós estamos com um declive muito positivo e penso que vamos continuar a progredir bem. Temos boas bases, é evidente que temos uma ciência ainda recente, mas temos um conjunto muito grande de investigadores de excelente qualidade, que foram formados ao longo das últimas gerações. Estamos também a atrair investigadores de fora cá para dentro e há vários mecanismos que possibilitam uma maior estabilidade aos investigadores, às universidades e às unidades de investigação. E eu acho que o futuro neste momento é verde — e eu até sou do Sporting.
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