Alberto João Jardim nunca viveu outra realidade que não a da maioria absoluta. Talvez seja por isso que o homem que governou a Região Autónoma da Madeira entre março de 1978 e abril de 2015 não tenha resistido a entrar na campanha de Miguel Albuquerque nestas eleições regionais.
"O PSD cometeu um erro, afastou tudo o que estava ligado a mim, que eram tempos bons (...) Depois fizeram oposição a tudo o que vinha de trás, para mostrar que eram diferentes, só fizeram merda. Até que levaram um baile nas autárquicas quando só ganharam três câmaras (...). E daí para cá fui ajudando no que podia, ajudei nas Europeias, ajudei nestas, mas ainda assim não deu para recuperar o que se perdeu”, afirma.
Ou talvez tenha sido pela saudade da “festa permanente” que eram as campanhas eleitorais. “No meu tempo, o último comício era um fim de festa. Vinha a ilha toda para o Funchal, camiões, camionetes, tudo. O meu último comício encheu a cidade, da Sé até ao Banco de Portugal. Vinha a ilha toda e trazia-se um artista de cartaz nacional, alto, e fazia-se ali uma festa”.
Ou talvez sejam as duas. No fim, para o antigo governante é sobretudo dar o exemplo “aos tipos que se armam em importantes e simulam estar amuados”.
Alberto João Jardim recebeu o SAPO24 no seu gabinete para uma conversa de 10 minutos sobre o resultado das eleições regionais de domingo, mas rapidamente a conversa se transformou num manual de como fazer política.
O que mudou com a sua saída da direção do PSD, o que fez crescer o PS Madeira - mas não ganhar as eleições - e a radiografia de uma ilha que durante quarenta e três anos foi laranja e que a partir deste ano vai ter uma lista azul. É assim que Alberto João Jardim faz política.
Alberto João Jardim, o que é que se passa com a Madeira?
A Madeira neste momento está a ser vítima de um ataque partidário-colonialista por parte do primeiro-ministro António Costa, visto que os grandes problemas pendentes com o Estado não estão a ser resolvidos devido a um franco desentendimento entre o primeiro-ministro e o presidente do governo, Miguel Albuquerque. Isto é o que se passa. Estamos a perder tempo, a Madeira pode ser uma Singapura no Atlântico, desde que tenha mais autonomia, desde que a questão dos fundos europeus e do sistema fiscal seja resolvida, desde que a dívida da Madeira seja renegociada, desde que a continuidade territorial esteja assegurada e os nossos aeroportos no nosso controlo.
No domingo, 50 mil madeirenses votaram no PS, um número absolutamente inédito. Acha que esses eleitores se esqueceram de si?
O que é que eu tenho que ver com isso?
"As eleições são uma avaliação do que ocorreu nos quatro anos anteriores e a manifestação de vontade em relação aos quatro anos futuros, mas também não são uma manifestação de vontade para sempre".
Há um legado seu, da sua governação.
Ó homem, por isso é que há eleições de quatro em quatro anos. As pessoas não estão aqui a fazer romagens de saudade. As eleições são uma avaliação do que ocorreu nos quatro anos anteriores e a manifestação de vontade em relação aos quatro anos futuros, mas também não são uma manifestação de vontade para sempre. Tirem-me desse peditório! Não tenho nada a ver com as eleições. As de 2011 foram as últimas que venci com maioria absoluta, em 2015 tive o cuidado de ajudar para que o PSD continuasse, apesar da minha saída, com maioria absoluta. Eu saí, o PSD ficou. Deixei o PSD com maioria absoluta, só tenho a agradecer ao povo madeirense, que se lembrou sempre e soube gratificar as minhas governações. Agora, tirem-me do filme.
Mas há aqui um dado novo, enquanto o Alberto João Jardim foi presidente do governo regional, o PS nunca teve números tão altos. O que mudou?
Mudou a avaliação que o povo faz, o povo soberano - insisto nesta palavra - fez destes últimos quatro anos. Por outro lado, o PS tinha um candidato que é uma criatura criada pela ala do PSD que está hoje no poder na Madeira. Nas eleições [autárquicas] de 2013, quando o próprio Cafôfo confessa que não esperava ganhar essas eleições, houve de uma fação do PSD ordens para votar no candidato que melhor colocasse mal a direção do PSD, então presidida por mim. Repare, eram umas eleições autárquicas, em toda a ilha havia muitas famílias a concorrer pelo PSD, e as famílias dos candidatos nunca perdoaram que isso tivesse acontecido. De certo modo tem sido um inferno, e por isso é que me meti nestas eleições e nas Europeias, a pedido da atual direção do PSD, para se acabar com estes traumas que existiam dentro do PSD regional, mas que não estão ainda curados. Há outras coisas a fazer, mas isso será para eu conversar depois com os correspondentes responsáveis no partido.
"Isto não pode ser caloiros que não percebem nada disto, nem podem ser senhoras que vão de mala Louis Vuitton e saltos altos"
Disse, no domingo, no rescaldo das eleições, que o PSD tinha de ir ao estaleiro.
Eu acabei de lhe dizer, há que corrigir aqui coisas.
E isso passa por novos nomes que possam contribuir para a renovação do partido?
Qual novo nome? Para quê? O presidente do partido vai continuar, isso não está em causa. Neste momento, não ponho o Miguel em causa. O Miguel é, para todos os efeitos, líder do PSD. Agora, tem que se habituar a ouvir outras pessoas. Não são novos nomes, é a preocupação de ter em cada freguesia os mais eficientes. Isto não pode ser caloiros que não percebem nada disto, nem podem ser senhoras que vão de mala Louis Vuitton e saltos altos. Sem marginalizar seja quem for, os melhores é que têm de estar à frente. Ponto final.
Estava a falar na questão das freguesias. No domingo, na sede do PSD, lamentava-se com bastante surpresa a vitória do PS em Santo António, uma freguesia historicamente social-democrata.
Isso foi um problema interno do PSD. Parece que os dirigentes de Santo António tinham outras ambições aliás legítimas, porque sempre foi a maior freguesia do PSD no Funchal, e puseram o pessoal de lado. Não sei se houve qualquer desinteresse dos quadros do PSD em Santo António, mas que tem de haver uma explicação tem. Aliás, o concelho do Funchal neste momento está mal trabalhado pelo PSD.
Porquê?
Há um elemento fundamental para trabalhar as freguesias do Funchal, que são os TSD [Trabalhadores Social Democratas]. Mas os TSD não podem ser formados só por senhores doutores e gajos que querem ser importantes, têm de ter trabalhadores de todos os ramos de todos os setores de atividade, e é essa malta que no meu tempo eram tradicionalmente os autarcas. Batiam durante quatro anos as freguesias e depois apresentavam-se ao eleitorado, mas tinham forte estatuto dentro do PSD. No concelho do Funchal eu não fazia nada sem falar com essa malta toda. Esse tal ir ao estaleiro de que eu falava… Temos de corrigir estas coisas, comissões políticas de freguesia, tudo isto... Eu não tinha comissões concelhias, as comissões de freguesia reportavam diretamente a mim. E tinha comissões de sítio, que eram uma espécie de sovietes locais, com os quais as comissões de freguesia trabalhavam.
Mas o que é que mudou?
Mudaram tudo! Criaram comissões de concelhia, tudo passou a ser importante. Os das concelhias são importantes, os das freguesias não estão para reconhecer a importância das concelhias, de maneira que foi tudo subvertido. E estou a falar disto agora porque não quero falar daqui a um ano. Isto são assuntos cuja premência de resolução tem de ser atalhada. Este é o momento. Fazer-me de hipócrita e dizer “está tudo bem”, “parabéns?” Não, não está tudo bem. O resultado podia ser melhor.
O PSD não devia ter de ir coligado com outro partido?
O resultado podia ser melhor em termos de não vir a ser preciso uma coligação. Agora tem de se coligar, não há outra história, nem acordos de incidência parlamentar, nem geringonças, nem baboseiras desse género. O PSD sabe que para poder governar tem de pedir a outro partido a governação, e se tem de pedir têm de estar ambos no governo, ambos têm de ser responsáveis pela governação.
Acha que estará assegurado um governo estável para os próximos quatro anos?
Não sei, que não estou no segredo dos deuses. A minha vida no PSD Madeira é à medida que me pedem. De resto, hoje tenho uma vida completamente fora do partido. Pedem-me para colaborar ou pedem-me para ir acolá. E vou, por uma questão até de dar exemplo. Posso estar chateado com muita coisa, mas o meu dever é contribuir para a unidade e eficiência do partido. Gosto de fazer isto para dar o exemplo aos tipos que se armam em importantes e simulam estar amuados.
Estive três semanas fora, também. Fazia 50 anos de casado e fui dar uma volta em vez de me meter aqui com festas que custam um dinheirão
Esteve nesta campanha. Vi-o no comício na Praça do Povo, vi-o na arruada...
Estive três semanas fora, também. Fazia 50 anos de casado e fui dar uma volta em vez de me meter aqui com festas que custam um dinheirão e em que os que não eram convidados ainda ficavam zangados comigo. De maneira que pirei-me daqui para fora. Mas antes de sair fiz o comício do Pico dos Barcelos, a apresentação dos candidatos, aqui no concelho do Funchal, e depois fiz o último comício e a arruada. Por exemplo, o último comício não estava a meu gosto.
Então?
No meu tempo, o último comício era um fim de festa. Vinha a ilha toda para o Funchal, camiões, camionetes, tudo. O meu último comício encheu a cidade, da Sé até ao Banco de Portugal. Vinha a ilha toda e trazia-se um artista de cartaz nacional, alto, e fazia-se ali uma festa. Agora, fazer um encerramento só com os militantes do Funchal, nem sequer estavam ali pessoas que não são militantes... Não é assim que se encerra uma campanha eleitoral. Há aqui coisas que têm de ser corrigidas no futuro.
"Não, nunca tive qualquer intervenção [nas listas]. Até porque se fosse eu a escolher, não escolheria a lista que foi candidata."
Mais a nível de estrutura?
A estrutura e as pessoas indicadas nos lugares indicados.
É uma questão de escolhas, portanto.
Sim, mas não sou eu que vou escolher as pessoas.
Não lhe pedem conselhos sobre nomes para as listas?
Não, nunca tive qualquer intervenção. Até porque se fosse eu a escolher, não escolheria a lista que foi candidata.
Não ficava nenhum?
Não, não. Alguns ficavam. Como ficariam alguns que não estavam em posição de entrar, mas que mereciam estar num lugar elegível. Isto é, o Miguel é uma pessoa muito sentimental e gosta de se mostrar grato aos seus mais próximos, e teve ali em posições elegíveis, e que foram eleitos, pessoas que lhe são muito próximas, a quem ele está grato porque ajudaram a catapultá-lo para a liderança do partido, mas que não são aceites pelo eleitorado.
Tem de haver um certo desprendimento na política?
Tem de haver uma certa crueldade, uma certa frieza para se ser eficaz politicamente.
Especialmente para se conseguir perceber onde cada pessoa tem de estar?
As pessoas hoje conhecem-se, então num arquipélago pequeno como o da Madeira... o Ilhéu tem um sentido de bilhardice, têm de saber a vida das pessoas até à terceira geração. E sabendo-se disto, tem de se ter muito cuidado com as listas que se faz. Com a lista de deputados, a de governo... Quer dizer, pôr lá outra vez pessoas que demonstraram que não eram capazes. Isto é suicídio.
Há essa preocupação em tentar saber quem é cada uma das pessoas das listas?
As coisas são muito pessoalizadas aqui na Madeira, tanto que você vê que os resultados de eleições para eleições são completamente diferentes.
As regionais, aqui - já estão fartos de me dizer - são completamente diferentes das outras, têm uma dimensão muito própria.
Mas eram para mim sempre as mais fáceis.
A sério?
Tive sempre maiorias absolutas nas regionais e ganhei sempre todos os concelhos. As autárquicas eram as mais difíceis de fazer. Cá está, pessoalização, porque o gajo não gosta da prima do gajo que é candidato e não sei quê... Eram as mais chatas e difíceis de fazer. Mas fossem autárquicas ou fossem regionais, tinha um adjunto, que infelizmente já faleceu, que era o Carlos Machado, que seis meses antes ia de freguesia em freguesia, tomava uns copos com as forças vivas em cada uma delas e depois trazia-me a radiografia, e eu já sabia quem é que eles queriam e quem é que não queriam. Este trabalho de escolha de pessoas é fundamental. Se fosse numa cidade com milhões de habitantes, pronto, mas num meio como o da Madeira a escolha das pessoas é um a um, não é assim um critério ambíguo de agora toca a encher o saco.
Paulo Cafôfo não nasceu assim?
Mas o Cafôfo não ganhou primeiro, porque o salto foi muito rápido. É o princípio de Peter, quando começou a apertar, entrevistas, debates, mostrou que ainda não estava com a pedalada necessária. Segundo, pouco cuidado nas declarações que fez. Terceiro, equipa péssima. Os melhores quadros do PS não estavam com o Cafôfo. O PS da Madeira teve sempre dois grandes grupos, um grupo mais de raiz proletária e a esquerda caviar, aquela esquerda que é rica, são proprietários, são empresários, sócios dos ingleses, a Madeira velha, por assim dizer. O meu choque nunca foi com o Partido Comunista nem com o partido da Joana, foi sempre: Madeira velha, PSD de Alberto João. A mudança social e os que não queriam a mudança social.
Eram o principal rival político?
Era a bipolarização. Agora deixam-se levar nisto, nem houve discurso, nem se fala mais da Madeira velha. São coisas do Alberto João isso da Madeira velha... Começaram por querer estar bem com toda a gente, o Alberto João é que era um chato e pronto. Eles são poderosos, têm o Diário de Notícias na mão, do grupo Blandy e etc., mas também são incompetentes. Fizeram-me oposição durante 40 anos, de maneira que só podem ser incompetentes. Vou-lhe contar uma história que se deu até nestes dias: no dia da arruada - isto não tem maldade nenhuma porque se eles me chateiam também tenho o direito de os chatear - chegou-se à frente o Diário de Notícias e começou-se com palavras de ordem "abaixo o fascismo, abaixo o fascismo", os meninos do secretariado do partido começaram logo "Ai Jesus, isso foi de outro tempo, não se faz isso". Peguei no meu vocabulário todo de palavras mais duras, ou menos reportáveis, e deitei tudo em cima dos gajos, insultei-os e tudo.
"O político tem de ser espontâneo, transparente. Fala-se tanto de transparência, mas quando um gajo é transparente caiem-lhe em cima. Sempre foi assim. Claro que comi porradas que nunca mais acabaram".
E depois seguiu a arruada?
Depois ainda continuei a arruada. O politicamente correto... O segredo de se estar muitos anos a ganhar é não se ser politicamente correto, não se ter medo de dizer as coisas que se têm de dizer. Ainda agora, nesta campanha, disse a um dos seus colegas de comunicação social, “lembra-se quando no Chão da Lagoa, naquelas festas, há uns 15 ou 18 anos, disse que Portugal estava nas mãos do lobby gay, da maçonaria e da comunicação social? Tinha ou não tinha razão?”. Desta vez não disse gay, disse do grupo LGBT, tive de aprender o nome para não me enganar. Na altura deu um escândalo grande. A gente não pode ser politicamente correta. O político tem de ser espontâneo, transparente. Fala-se tanto de transparência, mas quando um gajo é transparente caiem-lhe em cima. Sempre foi assim. Claro que comi porradas que nunca mais acabaram.
Mas ficou sempre em pé.
As pessoas que me conheciam, mesmo a minha mulher, diziam sempre: arranjaste um sarilho, estás outra vez nas tuas sete quintas [ri-se].
Como é que acha que fica na história do PSD e da Madeira?
Não tenho essa preocupação. Isso, a História, a minha sorte é que não vão ser os gajos vivos que a vão fazer.
Não se recandidata mais?
O Miguel ofereceu-me um lugar para o Parlamento Europeu. E eu disse: "Mas você está maluco?". Agora aos 76 anos de idade vou ser eleito? A vida tem fases, vocês nunca me ouviram dizer que estava a fazer o sacrifício pela causa pública. Enquanto gostei de estar no governo, gostei, e a gente tem de fazer sempre aquilo que está gostando. Agora aos 76 anos voltar à política... Os meus filhos internavam-me. Foi a mesma resposta que dei ao presidente da Federação [Gilberto Madaíl], que queria fazer uma das séries aqui na Madeira, quando foi o Campeonato da Europa de futebol. Para me trazer para aqui Andorra e o Lichtenstein? Eu disse, tenho ali um estádio que serve. Na altura tinha 12 mil lugares. Diz-me ele: "O doutor vai ter de ter um estádio para 30 ou 40 mil pessoas". E respondi: "Isso não posso fazer, se não os meus filhos internam-me". Diz ele: "Os seus filhos internam-no?". Sim, vão dizer que o pai está maluco, num arquipélago de 250 mil pessoas fazer um estádio para 40 mil, pegam em mim e internam-me. E o homem a olhar para mim [risos].
"Quem acha que vai ganhar eleições no último mês está bem arranjado".
E fez-se cá algum jogo ou não?
Gastar dinheiro com aquilo para estar vazio? O estádio era do governo, da região, e já dava uma despesa enorme. Às vezes saía da Quinta Vigia, via as luzes do estádio acesas: "Mas que merda é esta que hoje não há jogo?". Metia-me na estrada por aí fora e estava lá um gajo sozinho a correr numa pista de atletismo que já nem há. Agora, quem quer correr ou vai para Machico ou para a Ribeira Brava. Aquilo dava um despesão, que o dei ao Marítimo. Um parecer do Freitas do Amaral e outro Sérvulo Correia, para estar seguro, e transferi a propriedade para o Marítimo, “agora desenrasquem-se”. “Desenrasquem-se, mas não vos quero a descer de divisão”, disse [risos].
Mas voltando à política, não tem saudades?
Tenho saudades é das campanhas eleitorais, era uma festa permanente. Mas atenção, eu tenho este cuidado; por exemplo, domingo houve eleições e segunda já havia comissão política, e eu dizia "meus amigos, começou hoje a próxima campanha". A eleição não se ganha no dia de reflexão. Aposto consigo como um mês antes de cada eleição, não estou a falar dos que se vão abster, só 5% é que não sabe em quem é que vai ou não votar. Quem acha que vai ganhar eleições no último mês está bem arranjado.
É um trabalho muito maior.
De meses, de anos. Veja o efeito que tiveram os primeiros dois anos do Albuquerque no desgaste dele, a sorte foi que fez uma remodelação do governo, pôs um vice-presidente bom e aguentou-se. Chamou a malta toda, apelou à unidade dentro do partido, ajudámos todos. Mas veja o efeito que ainda teve os dois anos perdidos.
Se não tivesse acontecido essa remodelação o que acha que podia ter acontecido?
Tinha levado um baile, um baile histórico!
O PSD cometeu um erro, afastou tudo o que estava ligado a mim, que eram tempos bons
Como é que foram esses dois anos?
O PSD cometeu um erro, afastou tudo o que estava ligado a mim, que eram tempos bons, mas porque muitos deles não eram do partido, porque para mim o partido é um instrumento, não é um fim. Quando dizia isto havia uns gajos que diziam "lá está o gajo a chamar-nos instrumentos dele", não percebiam o que é que queria dizer com isto. Depois fizeram oposição a tudo o que vinha de trás, para mostrar que eram diferentes, só fizeram merda. Até que levaram um baile nas autárquicas quando só ganharam três câmaras e então aí "ai jesus, estamos perdidos". Fez-se um congresso, fui ao congresso e disse: isto agora vai entrar nos eixos. E daí para cá fui ajudando no que podia, ajudei nas Europeias, ajudei nestas, mas ainda assim não deu para recuperar o que se perdeu.
E daqui a 15 dias?
Daqui a 15 dias? Vai acontecer alguma coisa daqui a 15 dias? Algum tremor de terra ou quê?
Vai ajudar nas legislativas?
Agora tenho muita coisa para fazer, estas são nacionais. O Rio pediu-me para fazer lá uma coisa no continente, de maneira que ainda vou dar lá um pulinho.
E aqui?
Já disse ao Miguel que agora vou descansar. Claro que vou apelar ao voto no Rio, mas sem aparecer em cima de palcos.
Uma coisa mais descontraída.
Sim, sim. Já tive um enfarte, esta máquina, embora tenha cuidado físico... Hoje já estive no mar, todas as manhãs vou para o mar, tirando o sábado e o domingo, que estão lá os gajos que querem conversa e eu não estou para aturá-los ao sábado e ao domingo.
*Artigo corrigido às 16h51, do dia 25/09/19, com a correção da expressão "bilhar disso" para "bilhardice"
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