Em declarações aos jornalistas, na Universidade Católica de Portuguesa, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse apoiar "a posição que foi defendida pela presidente da Comissão Europeia [Ursula von der Leyen] e pelo presidente do Conselho Europeu [António Costa]" sobre esta matéria, que qualificou como sensata.

"É a seguinte: o que se tem é de olhar para o conjunto dos países europeus e saber se, no conjunto, eles sobem, se eles cumprem os 2% e se estão em condições, mais tarde ou agora, de subir acima disso, no conjunto – em vez de estar a analisar um a um se cumpram ou não os 2% e se, mais tarde, podem subir para 3%", referiu.

Segundo o chefe de Estado, "essa é a visão" correta, porque "aos Estados Unidos da América o que interessa é que a Europa como um todo entre com 2%, ou mais tarde com 3%, o que importa é olhar para a Europa como um todo – e não estar a discriminar os bons e os maus dizendo que uns europeus entram mais, outros europeus entram menos".

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que "colocar a questão dividindo países", numa altura em que "a Europa não arranca economicamente e tem problemas sociais", iria criar, pelo menos dentro de alguns países, "uma insatisfação social crescente e uma radicalização política crescente", o que "não é desejável".

"Se a ideia é ter a Europa unida em termos de objetivos comuns de defesa e de segurança, e unida aos Estados Unidos, o pior que se pode fazer é dividir a Europa dentro dela e dividi-la dos Estados Unidos", defendeu.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, ex-primeiro-ministro dos Países Baixos, vai estar em Portugal na segunda-feira e tem previstos encontros com o Presidente da República, com o primeiro-ministro e com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional, anunciou hoje esta organização.