O Titanic afundou em abril de 1912. Morreram mais de 1500 pessoas e mais de 112 anos depois ele descansa no fundo do oceano. São várias as expedições feitas ano após ano aos destroços do navio e imagens recentes dão conta que o Titanic está a deteriorar-se cada vez mais.

De acordo com um trabalho realizado pela BBC, com base em informações de especialistas, nos últimos dois anos uma parte significativa da estrutura do Titanic caiu, nomeadamente na zona da proa.

E de quem é a 'culpa' deste colapso?

"É uma indicação muito visual de como o ambiente extremo nas profundezas do oceano está a destruir o que resta do navio mais famoso do mundo. A pressão do oceano acima dele, as correntes de água no fundo do mar e as bactérias que comem ferro estão a causar o colapso da estrutura", lê-se na peça da BBC.

No fundo do mar, por exemplo, o Titanic suporta pressões de água 390 vezes maiores do que as da superfície, daí que a corrosão esteja gradualmente a enfraquecer a estrutura do navio, "à medida que placas de aço, vigas e outros elementos de suporte de carga se tornam mais finos".

Além da pressão, quem está também a provocar esta grande corrosão são as bactérias. "O Titanic está coberto por um biofilme – um cobertor vivo de bactérias, fungos marinhos e outros micróbios – que está a alimentar-se do navio. Inicialmente, os materiais orgânicos, como estofos, almofadas, toalhas e móveis, forneceram um rico suprimento de nutrientes para micróbios que passavam nas profundezas do oceano". Agora é a vez de se alimentaram da estrutura no navio.

Depois há as correntes. Parte da estrutura do Titanic está sobre uma secção do fundo do mar afetada por uma corrente de água fria que flui para o sul, conhecida como a Subcorrente do Limite Ocidental. O fluxo dessa "corrente de fundo" cria dunas migratórias e ondulações que levam à destruição de alguma parte do navio.

"Até mesmo correntes geradas por submersíveis podem causar o colapso de estruturas fracas", diz um especialista à BBC.

"Estimo que os principais locais do Titanic, como a sua superestrutura, nomeadamente o pátio da Grande Escadaria, a Sala Marconi, os quartos dos oficiais, desaparecerão por volta do ano 2100, tornando os desembarques submersíveis a bordo do Titanic mais desafiadores", diz outro especialista.