“Vamos verdadeiramente arriscar e dar a Donald Trump o poder de retroceder em todos os progressos que fizemos?”, perguntou Obama no decurso de uma reunião de recolha de fundos em Chicago para uma candidata democrata ao Senado no estado de Illinois.
“Não necessito de repetir. Há crianças na sala…. Aviltar, degradar as mulheres, mas também as minorias, os imigrantes, as pessoas de outras religiões, insultar os deficientes (…) ele humilha os outros para se sentir superior. Não é um traço de caráter que recomendaria para o Gabinete oval”, lançou o Presidente norte-americano.
Estas declarações de Obama surgem na sequência da polémica motivada por uma gravação com mais de dez anos em que Trump fala sobre as mulheres de forma considerada vulgar e ofensiva e que já custou ao candidato, no sábado, a retirada de apoios de peso do Partido Republicano e apelos a que desista da corrida à Casa Branca.
Foi o caso do senador John McCain, candidato presidencial em 2008.
“Queria apoiar o candidato nomeado pelo nosso partido. Não era a minha escolha, mas como candidato nomeado no passado, pensava ser importante e respeito o facto de Donald Trump ter ganhado a maioria dos delegados pelas regras em vigor no nosso partido. Pensava que devia esse respeito aos seus apoiantes”, refere uma declaração de McCain.
“Mas o comportamento de Donald Trump esta semana, concluído com a revelação dos seus vexatórios comentários sobre as mulheres e as suas gabarolices sobre assaltos sexuais, tornam impossível que continue a fornecer um apoio mesmo que condicional à sua candidatura”, salientou, dizendo que não vai, porém, votar na candidata democrata Hillary Clinton.
O senador vai "escrever [no boletim de voto] o nome de algum bom conservador republicano habilitado para ser presidente”, afirmou.
Trump já fez saber que não pretende afastar-se da corrida à Casa Branca, segundo declarações que fez ao The Wall Street Journal nas quais diz haver “zero hipóteses de desistir”.
A campanha de Donald Trump está no seu pior momento. O tema ainda faz os títulos da imprensa e a CNN, o canal que vai transmitir o debate desta noite (às 2 horas da manhã em Portugal), já anunciou que a primeira questão que irá ser colocada vai ser sobre este mesmo tópico.
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