"Tudo o que está a ser feito, está a ser feito em consonância com a Direção-Geral do Património [Cultural (DGPC)]", assegurou nesta terça-feira Carlos Moedas (PSD).
O presidente da autarquia falava na Assembleia Municipal de Lisboa, no âmbito da apreciação da informação escrita sobre a atividade municipal entre 1 de setembro e 31 de outubro, em resposta a uma questão de Bruno Mascarenhas, do Chega.
"Está a ser demolido junto a Santa Apolónia um cais oitocentista", afirmou o deputado municipal, admitindo ter "dúvidas que estivesse prevista a demolição" do cais no "estudo arqueológico" da obra do plano de drenagem da cidade, e questionando "em quanto está o custo de derrapagem da obra?"
Moedas garantiu que a intervenção possui todos os "pareceres positivos" da DGPC e explicou que "haverá acréscimo de custos, porque a obra em muitas alturas teve de ser parada" por "descobertas arqueológicas" e a autarquia tem "de respeitar a lei e isso tem custos".
A vereadora das Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD), confirmou que a demolição "está de facto a acontecer" e "já foi obviamente tudo visto com a DGPC".
A responsável pela equipa de projeto do PGDL acrescentou que "depois de se ter feito o levantamento pelos arqueólogos" os elementos são removidos "para a obra poder acontecer", mas "as autorizações nacionais foram todas dadas".
"Estivemos meses à espera destas autorizações, à espera do trabalho arqueológico", referiu Roseta, notando: "Santa Apolónia é o maior estaleiro de construções arqueológicas, porque tem todas as linhas de costa, cada vez que se atravessa uma têm que estar dezenas de arqueólogos a ver o que é que se passa, a fazer o levantamento, a demolir, para a obra depois poder acontecer".
Com um investimento total de cerca de 250 milhões de euros, o PGDL - primeiro anunciado em 2006, mas que só avançou em 2015, com Fernando Medina (PS) na presidência da autarquia - é considerado uma obra importante para enfrentar cheias e inundações na capital, mas as grandes intervenções, nomeadamente a construção de túneis, só arrancaram em 2023 sob a presidência de Carlos Moedas (PSD).
A obra tem contemplado um investimento de 79 milhões de euros para 2025, e o vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), disse em novembro que no próximo ano está prevista a conclusão do túnel de Santa Apolónia e que 50% do primeiro túnel, em Campolide, ficará construído.
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