"Obviamente, não pode haver uma bandeira russa nos Jogos de Paris, penso que há um consenso sobre isso", disse em entrevista ao diário gaulês L'Equipe, salientando que a “Rússia não tem lugar como país numa altura em que cometeu crimes de guerra e deportou crianças”.

Questionado sobre a possível presença de atletas russos a título individual, Macron salientou que essa é uma decisão que deve ser tomada pelo Comité Olímpico Internacional (COI).

"Espero que seja uma decisão consciente do mundo olímpico (...) não é o país anfitrião que deve decidir o que o COI deve fazer (...) tenho total confiança em Thomas Bach", disse, em relação ao presidente do COI.

O Presidente da França manifestou também o desejo de ver os “ucranianos a ser envolvidos nesta reflexão”.

"A verdadeira questão que o mundo olímpico vai ter de decidir é que lugar dar a estes atletas russos, que por vezes se prepararam toda a vida e que podem também ser vítimas deste regime", referiu.

Em relação a como se devem distinguir entre atletas russos cúmplices e vítimas do regime, Macron defendeu que mundo olímpico tem de decidir.

"Essa é a verdadeira questão, e é aí que o mundo olímpico tem, em consciência, a sua opinião a dar e garantias a especificar. E isso tem de ser compreendido pelos ucranianos (...) É esse o equilíbrio que teremos de fazer", afirmou.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.