A “Promessa do Oceano”, lançada hoje na Conferência dos Oceanos de Lisboa, será aplicada em apoios que até 2030 se concentrarão em tornar a exploração de reservas de peixe “100 por cento sustentável, acelerar o fim do flagelo da poluição oceânica por plásticos e permitir a uma centena de países com litoral cumprirem o máximo do potencial das suas ‘economias azuis'”, afirmou a administradora associada do PNUD Usha Rao-Monari.
A responsável salientou que o objetivo de desenvolvimento sustentável relativo aos oceanos tem “o nível mais baixo de investimento de todos os objetivos de desenvolvimento sustentável”, que não passa de 1,3 mil milhões por ano.
“Todo o ecossistema é afetado pela crise oceânica. Há um efeito em cadeia, as pessoas perdem saúde, empregos e modos de vida”, afirmou, acrescentando que parte da promessa é recrutar investimento no valor de pelo menos mil milhões de dólares para “proteção e recuperação” do ambiente oceânico, conjugando esforços de outros programas das Nações Unidas já existentes.
O responsável pelo programa das Nações Unidas para a Governança da Água e Oceano, Andrew Hudson, afirmou que o oceano é um mercado com um valor estimado de três biliões de dólares anuais e que a primeira prioridade para ir buscar o bilião que não se aproveita por causa de má gestão é “recuperar e proteger”.
Entre os efeitos dessa má gestão estão a perda de biodiversidade, a pesca excessiva, a acidificação dos oceanos e o excesso de nutrientes usados em fertilizantes agrícolas que vão parar aos mares.
Frisou que “é mesmo preciso acelerar” o cumprimento do objetivo de desenvolvimento sustentável dos oceanos (o 14.º de 17), indicando que quatro das metas foram vencidas no ano de 2020 sem serem atingidas, incluindo a proteção de 10% das áreas marinhas e o combate à pesca excessiva.
A promessa hoje lançada tem “metas tangíveis e ambiciosas” e incide sobre sustentabilidade da pesca e proteção de áreas marinhas, afirmou Usha Rao-Monari, para o que o PNUD pretende “novas parcerias” de financiamento, incluindo privados e sociedade civil.
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