Na reunião da bancada parlamentar do PSD, que terminou sem declarações à comunicação social, Marques Guedes - de acordo com relatos feitos à Lusa por deputados presentes - voltou ao tema do IVA da eletricidade e à estratégia seguida pelo partido durante o debate na especialidade do Orçamento de Estado de 2020.
No dia da votação final global do orçamento, o PSD absteve-se na proposta do PCP que reduzia o IVA da eletricidade de 23 para 6%, depois de ter anunciado pouco antes que votaria a favor.
A mudança de sentido de voto foi justificada na altura pelo deputado Duarte Pacheco com a alteração da ordem das votações no guião, que fez com que as contrapartidas propostas pelo PSD para compensar a perda de receita com a descida do IVA fossem votadas antes e ‘chumbadas’ pela maioria.
Se tivesse sido votada primeiro a proposta do PCP, o PSD teria votado a favor da redução do imposto, assegurou Duarte Pacheco, para depois colocar na bancada do PS a responsabilidade de aprovar (ou não) as contrapartidas do PSD (que, entre outras medidas, atiravam a entrada em vigor da medida para outubro).
Hoje, na reunião da bancada, o antigo líder parlamentar Marques Guedes questionou se terá sido por estratégia que a bancada do PSD não invocou uma norma do regimento que teria impedido essa alteração da ordem do guião.
De acordo com o artigo 96.º do regimento, o guião de votações “só pode ser objeto de alteração desde que nenhum grupo parlamentar se oponha”, o que não se verificou na ocasião, já que o PSD votou contra, mas não protestou da decisão da Mesa da Assembleia da República, que aceitou a votação do plenário por maioria.
No final, questionado sobre essa matéria pelos jornalistas, o deputado Duarte Pacheco referiu que teria de verificar no regimento essa situação.
Na reunião de hoje da bancada do PSD não foi discutida a marcação de eleições para escolher o próximo presidente do grupo parlamentar, depois de Rui Rio ter dito que só ficaria no cargo até ao Congresso que se realizou no passado fim de semana.
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