Na conferência de imprensa diária da Comissão, o porta-voz Alexander Winbterstein confirmou que “sim, (Georgieva) já está de volta aqui ao Berlaymont (sede do executivo comunitário em Bruxelas) desde hoje”, depois da derrota sofrida na véspera, na primeira vez que se sujeitou a uma votação do Conselho de Segurança da ONU.
A licença de vencimento de um mês solicitada pela comissária búlgara a 28 de setembro, e concedida pelo presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, durou assim apenas uma semana, na sequência da votação de quarta-feira do Conselho de Segurança, que ditou uma vitória clara de António Guterres.
Georgieva, que não foi além do sétimo lugar na votação, com sete "desencoraja" e dois vetos de membros permanentes, ficando mesmo atrás da sua compatriota Irina Bokova, reconheceu a derrota logo na quarta-feira, enviando uma mensagem pública de felicitações a Guterres através da rede social “Twitter”.
Questionado na conferência de imprensa sobre se, depois de a vice-presidente ter sido “vencida por um candidato português” na corrida à liderança da ONU, Portugal pode esperar imparcialidade nas negociações sobre o Orçamento da UE para o próximo ano, o porta-voz da Comissão, perante o riso de muitos jornalistas, sublinhou que o processo de eleição do secretário-geral das Nações Unidas não era uma luta a dois entre Guterres e Georgieva.
“Não se trata de um processo de uma pessoa vencer outra. Houve um processo de seleção sem precedentes em termos de transparência para a escolha do secretário-geral da ONU. Havia vários candidatos muito qualificados, diversos dos quais da Europa, e o Conselho de Segurança decidiu apoiar e nomear António Guterres. Não é um concurso de um contra outro, é um processo de seleção”, disse.
O antigo primeiro-ministro português António Guterres foi na quarta-feira indicado como favorito para secretário-geral da ONU pelo Conselho de Segurança à Assembleia-geral, que deverá aprovar o seu nome dentro de alguns dias.
O Conselho de Segurança anunciou na quarta-feira que o português era o “vencedor claro” da sexta votação informal, recebendo 13 votos de encorajamento e duas abstenções, uma das quais de um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, com direito de veto.
Este órgão, com poder de veto, deverá aprovar hoje uma votação formal a indicar o nome de António Guterres para a Assembleia-Geral das Nações Unidas, formalizando assim a eleição do sucessor de Ban Ki-moon.
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