A força de paz da ONU no Líbano (UNIFIL) afirmou hoje que um tanque de Israel abriu fogo contra uma das suas posições no sul do país, num ataque "aparentemente deliberado" que danificou uma torre de observação.
Os capacetes azuis da UNIFIL, posicionados na aldeia de Kfar Kila, indicaram que o tanque israelita "disparou contra a torre de vigilância, destruindo duas câmaras e danificando a torre", num ataque "direto e aparentemente deliberado".
Um carro de combate modelo Merkava, das Forças de Defesa de Israel (IDF), disparou contra a posição da UNIFIL, destruindo duas câmaras de vigilância e causando danos na torre, descreveu a missão internacional das Nações Unidas em comunicado.
“Mais uma vez vemos disparos diretos e aparentemente deliberados contra uma posição da UNIFIL”, segundo o comunicado, que recorda às IDF e a todos os atores no conflito no Líbano a sua obrigação de “garantir a proteção e a segurança do pessoal e dos ativos da ONU e respeitar a sua inviolabilidade”.
A missão das Nações Unidas no Líbano já sofreu vários ataques do Exército israelita, que deixaram capacetes azuis feridos, além da incursão de um tanque numa das suas bases.
As autoridades israelitas, por seu lado, argumentam que a UNIFIL serve de “escudo humano” para o grupo xiita libanês Hezbollah se defender das investidas das IDF.
A UNIFIL foi criada em 1978 pelo Conselho de Segurança da ONU e mantém atualmente cerca de 10 mil militares internacionais no sul do Líbano.
As mais recentes hostilidades entre Israel e o Hezbollah começaram em 08 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, e durante quase um ano limitaram-se a trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa.
Contudo, no final de setembro, Israel iniciou uma ampla campanha de bombardeamentos que se concentrou no sul e no leste do Líbano, mas também no subúrbio de Dahieh, no sul de Beirute, um bastião do Hezbollah, onde foi morto o seu líder, Hassan Nasrallah, bem como outros altos quadros do grupo armado libanês apoiado pelo Irão.
Segundo o Governo libanês, pelo menos 2.350 pessoas morreram no último ano, das quais 1.356 desde 23 de setembro, e mais de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.
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