Após cinco votações preparatórias, em que os votos dos 15 membros do Conselho de Segurança não eram discriminados – e que apontavam para Guterres como sucessor do sul-coreano Ban Ki-moon -, desta vez, os votos dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) serão conhecidos, ficando exposto qualquer veto.
Embora se trate de um processo com poucas regras – o que dá aos membros do Conselho de Segurança, sobretudo aos permanentes, muita margem para decidir os próximos passos -, à partida, se algum dos cinco vetar algum dos nomes, esse candidato acabará por abandonar a corrida ao cargo.
Depois de a Rússia ter na terça-feira anunciado que apoiará uma mulher da Europa de Leste – requisitos que só duas candidatas búlgaras preenchem, Irina Bokova e Kristalina Geogieva -, mesmo que Guterres obtenha o apoio de nove países e nenhum veto dos membros permanentes, o órgão executivo das Nações Unidas pode decidir realizar mais votações.
António Guterres venceu as cinco primeiras votações destacado, sendo o único que ultrapassou o mínimo de nove apoios, mas teve sempre entre dois e três votos "desencoraja".
Se mantiver o mesmo resultado e um dos votos negativos pertencer a um dos cinco permanentes, o seu nome não pode ser sequer recomendado.
A entrada da búlgara Kristalina Georgieva na corrida, na semana passada, também pode levar a mais rondas de votações, necessárias para clarificar o posicionamento de todos os países.
Num ano em que a ONU tentou trazer transparência ao processo, realizando audiências públicas, entrevistas e debates com os 12 candidatos iniciais, a entrada tardia da vice-presidente da Comissão Europeia foi recebida com desconfiança por alguns países e entusiasmo por outros.
Há dez anos, quando Ban Ki-moon foi escolhido, a primeira votação deste tipo foi, também, a última.
Nesse dia, 02 de outubro de 2006, Ban Ki-moon recebeu 14 votos "encoraja" e apenas um "sem opinião", o que precipitou a desistência de todos os outros candidatos no dia seguinte.
Uma semana mais tarde, a 09 de outubro, o Conselho de Segurança aprovou por aclamação a resolução que recomendava o nome do sul-coreano.
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