A notícia é avançada pela CNN Portugal, que sublinha que este processo foi instaurado no contexto de um artigo de opinião, em novembro do ano passado, 2023.

A Visão avança ainda que a procuradora está a ser acusada por três infrações: violação dos deveres de reserva, correção e lealdade.

O artigo em questão da atual procuradora-geral adjunta foi publicado no jornal Público, no qual Maria José Fernandes afirma que há no Ministério Público quem entenda que “a investigação criminal pode ser uma extensão de poder sobre outros poderes, sobretudo os de natureza política”.

Nunca é referida diretamente a Operação Influencer, porém a procuradora escreve que é por isso que somos "surpreendidos, de vez em quando, com buscas cuja utilidade e necessidade é nenhuma, pese embora quem as promove sempre se escude no argumento de opacidade".

Afirma ainda que os "procuradores que não hesitem em meios de recolha de prova intrusivos, humilhantes, necessários ou não, são o top da competência", e que "outros magistrados de elevado escalão que seguem esta linha argumentativa e a verbalizando no discurso público também têm o elogio garantido".

"Pelo contrário, quem se opõe à estridência processual é rotulado protetor dos corruptos! Neste enquadramento, e sendo a nossa dimensão quase paroquial, poucos têm pulso para impor o que deve ser a sensatez, a escorreita interpretação jurídica dos factos, o respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos suspeitos, a investigação célere", escreve também.

A CNN Portugal contactou a magistrada, que não retira "nada do que disse". "Respeito muito o Ministério Público e não escrevi nada contra ninguém. Só quero que o MP recupere o prestígio que sempre teve", diz ao canal.